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SÃO PAULO – Após anunciar um lucro líquido abaixo do esperado por analistas, o diretor-presidente da Vale (VALE3, VALE5), Murilo Ferreira, admitiu nessa quinta-feira (26) ter problemas com a área de metais básicos. “Não queremos esconder isso”, declarou a analistas em teleconferência sobre os resultados.
A empresa chamou atenção para dois projetos em específico: Nova Caledônia e Onça Puma. Ambos, que estão em fase de ramp-up, passaram por problemas e estão com a produção interrompida. Segundo Peter Poppinga, diretor-executivo de metais básicos, os problemas em Nova Caledônia estão sendo resolvidos e a produção deverá ser retomada no último trimestre deste ano.
Já em Onça Puma, onde ocorreram vazamentos em dois fornos, há uma investigação em curso e a produção continuará interrompida por alguns meses. “Em breve teremos novidades sobre como recomeçaremos o ramp-up em Onça Puma”, declarou em teleconferência.
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Segundo o balanço publicado pela empresa, as receitas vindas de metais básicos avançaram sobre o primeiro trimestre, mas a sua participação na receita total caiu – passou de 15,6% para 14,6%, aos R$ 14,6 bilhões.
Murilo Ferreira também alertou para o negócio de carvão na Austrália, que vem apresentando um desempenho abaixo do que era esperado. “Temos obrigação de avaliar constantemente o que está acontecendo”, afirmou. Da mesma forma, o faturamento vindo do carvão caiu de 3,4% das receitas totais para 2,3%, para R$ 543 milhões.
Planejamento virá no final do ano
Nesse sentido, a mineradora apresentará no último trimestre um planejamento estratégico, e promete trazer uma disciplina de capital mais intensa. “Não estamos falando em desinvestimento, mas vamos construir o cenário para que nossos acionistas possam tomar ciência das diversas alternativas.”
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Ferreira alertou para a necessidade de estabelecer prioridades, já que trabalha em um cenário de preços menor do que era esperado, mas descartou interromper projetos que estão em fase final de conclusão, como o centro de distribuição na Malásia, o projeto Salobo, de cobre, entre outros. O projeto S11D, que poderá ter sua licença antecipada, também terá uma grande ênfase nesse planejamento, adiantou.