TikTok projeta US$ 12 bi neste ano; gravadoras querem fatia maior

Para novos contratos, gravadoras de músicas pedem que repasse de receitas seja equiparado ao feito pelo Facebook e YouTube

Wesley Santana

(Shutterstock)
(Shutterstock)

Publicidade

O TikTok foi responsável por grande parte dos sucessos musicais nos últimos meses e já é encarado como uma das principais ferramentas de marketing digital do momento.

Com a repercussão de danças e outros tipos de postagens, a plataforma lucrou US$ 4 bilhões no ano passado e pode alcançar até US$ 12 bi em 2022. Por isso, gravadoras musicais querem que a rede social compartilhe uma maior parte dos recursos que arrecada. Esse repasse seria feito por meio de vendas de publicidade baseada no número de reproduções das faixas sonoras no TikTok.

Fontes ouvidas pela Bloomberg disseram que, de forma conjunta, Universal Music, Sony Music Entertainment e Warner Music pediram que a ByteDance, responsável pela plataforma, aumente os royalties que paga pelos áudios.

Continua depois da publicidade

Segundo relatos, as empresas estão negociando há alguns meses e esperam chegar a um acordo antes que o contrato atual se encerre. Um dos executivos envolvidos nas tratativas disse que a rede social deve pagar pelo menos o dobro dos repasses atuais, em porcentagens semelhantes às que pagam Facebook e YouTube.

As gravadoras licenciaram as músicas no TikTok quando este era ainda um aplicativo incipiente, que não dava qualquer lucro aos grupos musicais. Hoje, a plataforma paga uma taxa fixa às gravadoras para usar seus produtos nos vídeos que são compartilhados pelos usuários.

Impasses

Essa não é a primeira vez que a ByteDance se envolve em um impasse com grandes gravadoras. Além do TikTok, a empresa também é controladora do aplicativo de streaming musical Resso.

Continua depois da publicidade

Desde o início deste ano, a Resso não reproduz músicas da Sony, pois a gravadora retirou seu catálogo da plataforma, depois que a empresa pediu redução das taxas, querendo pagar menos que seus principais concorrentes, Spotify e Apple Music.

Pressão por viral

Em maio, esse movimento da indústria foi questionado pela cantora pop Halsey, que foi no Instagram, apelidada de ‘rede vizinha’ pelos tiktokers, reclamar da pressão que sofria da gravadora para focar em produções musicais que envolvessem coreografias para viralizar.

“Estou nessa indústria há oito anos e vendi cerca de 165 milhões de discos, mas minha gravadora disse que eu não posso lançar [uma música] a menos que eles consigam criar um sucesso no TikTok”, reclamou. Outros artistas como a cantora de Florence + The Machine, Zara Larsoon e Ed Sheeran engrossaram o coro.