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SÃO PAULO – As ações da Vale (VALE3;VALE5) continuam descendo ladeira abaixo na bolsa brasileira e já acumulam queda de mais de 10% no ano, em reflexo à rápida queda no preço do minério de ferro – que causou uma surpresa negativa para o mercado. A SLW Corretora afirma ainda que é prematuro afirmar que o preço dos minérios continuem caindo.
Além disso, o analista-chefe da corretora, Pedro Galdi, ressalta que a queda dos preços já está precificada pelo mercado e que qualquer “mudança de ventos” pode levar a uma recuperação ou não das ações. Este movimento pode ser observado através do repique corretivo que as ações tiveram no pregão da última sexta-feira (31), quando chegaram a subir cerca de 3%.
O motivo para a queda recente dos papéis está relacionado ao momento de desaceleração da produção industrial na China, que vem se deparando com o excesso de estoque em diferentes produtos. Com isso, as siderúrgicas chinesas optaram por manter a sua linha de produção de aço, mas reduzindo os preços praticados pelo mercado.
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Subsídios na China podem ameaçar Vale
Deste modo, para suportar as margens ainda positivas dentro da nova estratégia, avalia Galdi, a saída para as companhias seria reduzir o curso de produção, diminuindo assim drasticamente as compras de minério de ferro no mercado transoceânico e levando o seu preço para baixo. Assim, “a grande dúvida atual é se o governo chinês passe a dar subsídio ao setor de mineração, como até então deu a siderurgia”, afirma o analista.
Como o minério de ferro extraído na Ásia possui um teor de ferro contido muito baixo, há a necessidade de comprar a commodity do Brasil e da Austrália – com maior teor – de modo a dar suporte a uma mistura viável à operação dos fornos de suas siderúrgicas. Com isto, o preço de produção do minério de ferro na China gira atualmente na faixa de US$ 120 por tonelada e “aí mora o perigo, se houver subsídio do governo o custo poderá se manter abaixo deste patamar”, avalia o analista.
Dado este cenário, o cenário de um preço do minério ainda menor – tornando o case de investimento mais negativo ainda para a Vale – não será impossível caso o governo chinês firme o compromisso de manter baixa a estrutura de custos de suas siderúrgicas, afirma Galdi.
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“Além deste aspecto, não podemos deixar de alertar que o risco maior dos rumos dos preços das ações da Vale está relacionado com o cenário econômico global, que está sendo fortemente afetado pela crise na Europa, baixo crescimento da economia dos EUA e retração da atividade na China”, ressalta o analista. Além disso, as questões tributárias da companhia voltam, de tempos em tempos, a precoupar os investidores, conclui Galdi.