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A agtech Arado anunciou nesta terça-feira (24) um aporte série A de R$ 60 milhões, somando mais de R$ 100 milhões captados em menos de um ano. Com o objetivo de conectar produtores rurais a restaurantes e varejistas das cidades, a startup ganhou apoio financeiro dos fundos estrangeiros Acre Venture e Syngenta Ventures, além da Globo Ventures e outros investidores antigos.
Segundo Victor Bernardino, CEO e fundador da Arado, o dinheiro captado será usado para apoiar o crescimento da empresa no país e contribuir com a sustentabilidade financeira do negócio. O aporte anterior, de R$ 40 milhões, de categoria Seed, foi realizado em junho do ano passado, quando a startup ainda se chamava Clicampo.
“Esse sempre foi o nosso DNA e, agora, com a nova marca, reforçamos o produtor no centro de tudo, afinal, são eles que produzem grande parte do que consumimos no Brasil. A partir dessa conexão, conseguimos tirar intermediários e fazer com que as duas pontas ganhem mais e que haja menos desperdício na cadeia”, pontua Bernardino.
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Fundada há dois anos por cinco sócios, a Arado está presente nas principais cidades da região Sudeste, com expectativa de crescer o negócio na faixa de 10 vezes nos próximos anos. A startup se propõe a ser um canal de venda para que os pequenos e médios produtores distribuam suas produções do campo nas cidades grandes, para restaurantes, hotéis e também no varejo.
Segundo dados internos, no ano passado, a empresa intermediou a venda de 5 mil toneladas de produtos e evitou que 1,3 mil toneladas de alimentos fossem desperdiçadas. A expectativa é atingir, até 2025, a movimentação de 300 mil toneladas por ano.
“Esse aporte mostra que estamos no caminho certo e fazendo uma boa execução. Sempre tivemos um cuidado muito grande em escolher os parceiros do negócio, optando por quem acredita nas mesmas coisas. Isso nos ajudou a encontrar novos parceiros e manter os antigos, que acompanharam esta rodada”, destaca o executivo.
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Segmento agtech cresceu 7,5% em 2022
Embora o capital de risco esteja em um momento de limitação, as iniciativas tecnológicas no agronegócio continuam a todo vapor. Segundo a última edição do Radar Agtech, atualmente existem 1,7 mil startups para o agro espalhadas pelo Brasil, um salto de 7,5% no intervalo de um ano.
A região Sudeste do país concentra o maior número de iniciativas (61,4%), seguida do Sul (25%) e do Centro-Oeste (6,2%). Na divisão por estados, São Paulo (799), Paraná (175) e Minas Gerais (154) saem na frente, de acordo com o levantamento feito pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Chama a atenção alguns pólos de inovação focados em agtech espalhados pelo país. Um exemplo é a cidade de Viçosa, no interior de Minas Gerais, onde a concentração de startups é de 17,5 para cada 100 mil habitantes. Piracicaba, no interior de São Paulo, tem o equivalente a 15 startups por 100 mil habitantes.
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O estudo da Embrapa também dividiu as iniciativas por etapa da cadeia produtiva, destacando que 242 delas são destinadas a processos que antecedem às fazendas, 705 estão dentro das fazendas e os 756 restantes no pós-fazenda.
Entre os serviços prestados por essas empresas, o campo mais significativo engloba a criação de alimentos inovadores e tendências alimentares. Já os sistemas de gestão para o agro e concessão de crédito são as outras duas soluções mais ofertadas pelas startups deste segmento.