Presidente da Vale, Fabio Schvartsman deve anunciar saída do comando da mineradora

Integrantes da força-tarefa que investiga o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho pressionaram o conselho para afastar o executivo e diretores

Equipe InfoMoney

(Valter Campanato/Agência Brasil)
(Valter Campanato/Agência Brasil)

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SÃO PAULO – O presidente da Vale (VALE3), Fabio Schvartsman, e mais três diretores devem ser afastados da direção da empresa, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Schvartsman deve fazer uma carta de demissão a ser publicada antes da abertura dos mercados internacionais, na segunda-feira. No Brasil, os mercados financeiros estarão fechados por conta do Carnaval. 

Integrantes da força-tarefa que investiga o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho pressionaram o conselho da mineradora por afastar imediatamente Schvartsman e outros membros da cúpula da companhia.

Um documento com o pedido, assinado pelo MPF (Ministério Público Federal), pelo MPMG (Ministério Público Estadual de Minas Gerais) e pela Polícia Federal foi entregue na última sexta-feira (1) para advogados da empresa.

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A força-tarefa pede ainda que empregados não compartilhem nenhuma informação profissional com as pessoas cuja saída da Vale foi recomendada. Também integram o grupo, além do presidente, o diretor-executivo de ferrosos e carvão, Peter Poppinga, o diretor de planejamento, Lúcio Flávio Gallon Cavalli e o diretor de operações do corredor sudeste, Silmar Magalhães Silva.

Os três, além do diretor-executivo de finanças e relações com investidores da Vale, Luciano Siani, pediram nesta semana habeas corpus preventivo ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). As medidas foram negadas. Conforme a recomendação, a Vale tem 10 dias úteis para informar se afastará ou não sua cúpula.

Novo revés

Na véspera, autoridades brasileiras decidiram investigar a Vale em um processo administrativo no qual a empresa pode sofrer multa de até 20% do faturamento bruto de 2018 caso seja considerada culpada, disse o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Alexandre Vidigal de Oliveira.

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Ele pediu a abertura do processo para investigar se houve ação da empresa para dificultar a investigação ou fiscalização do governo em barragens de rejeitos de mineração como Brumadinho, que rompeu em 25 de janeiro.

O código de mineração tem um limite de pouco mais de R$ 3 mil para multas, mas o caso da Vale poderia ser enquadrado na Lei Anticorrupção. Nesse caso, se condenada, os valores da penalidade cresceriam exponencialmente e poderiam atingir R$ 25 bilhões – baseado em estimativas preliminares dos dados de 2018.

Em fato relevante na tarde de sexta-feira, a companhia disse que “que não foi comunicada, nem oficialmente citada, sobre a investigação” e “nega que tenha sido responsável por – ou que tenha incentivado – qualquer dificuldade ou interferência a investigações ou fiscalizações por órgãos, entidades ou agentes públicos em relação a suas atividades, inclusive quanto a barragens de rejeitos de mineração”.

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Até o momento, foram confirmadas 186 mortes em Brumadinho, enquanto outras 122 pessoas seguem desaparecidas. Na esteira da tragédia, a empresa perdeu seu grau de investimento pela Moody’s e ainda pode enfrentar penalidades e multas diversas.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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