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SHARM EL-SHEIKH, Egito (Reuters) – O preço do carbono precisa atingir uma média global de pelo menos 75 dólares a tonelada até o final da década para que as metas climáticas sejam bem-sucedidas, disse a chefe do Fundo Monetário Internacional à Reuters.
Em comentários nos bastidores das negociações climáticas da COP27 no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, afirmou que o ritmo da mudança na economia real ainda é “muito lento”.
Uma análise recente do grupo afiliado ao Banco Mundial sugere que a soma total dos compromissos nacionais globais sobre a redução das emissões prejudiciais ao clima as faria cair apenas 11% até meados do século.
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“A menos que precifiquemos o carbono de forma previsível em uma trajetória que nos leve a pelo menos um preço médio de 75 dólares por tonelada de carbono em 2030, simplesmente não criamos o incentivo para que empresas e consumidores mudem”, disse ela.
Embora algumas regiões, como a União Europeia, já precifiquem o carbono acima desse nível –o preço de referência da UE é de cerca de 76 euros a tonelada– outras regiões, como o Estado norte-americano da Califórnia, veem as permissões de carbono sendo vendidas por pouco menos de 30 dólares por tonelada, enquanto algumas não têm preço algum.
“O problema é que em muitos países, não só nos países pobres, em todo o mundo, a aceitação de preços da poluição ainda é baixa”, disse ela, situação agravada pelo atual ambiente de alto custo de vida.
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Mas Georgieva afirmou que existem diferentes rotas que um país pode seguir. É improvável que o segundo maior emissor do mundo, os Estados Unidos, por exemplo, estabeleça um preço nacional para o carbono, dada a forte oposição política aos impostos sobre o carbono e aos sistemas de comércio de emissões.
“Apenas foque na equivalência. Se os EUA optarem por impor um custo de carbono por meio de regulamentação e descontos, em vez de impostos ou comércio, isso não deve importar. O que deve importar é o preço equivalente.”
Ela citou a proposta do FMI de um preço mínimo de carbono e a proposta lançada pela Alemanha de um “clube de carbono” das maiores economias do mundo, que coordenaria como os membros medem e precificam as emissões de carbono e permitiria a cooperação na redução de emissões nos maiores setores industriais.
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“Se haverá um avanço nesta COP ou depois, tem que ser logo, porque estamos praticamente sem tempo para ter sucesso nessa transição.”
(Reportagem de Simon Jessop, Seham Eloraby, Valerie Volcovici)