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SÃO PAULO (Reuters) – A Pontoon, clean tech de soluções para descarbonização, fechou acordo com a gigante de construção PowerChina para desenvolvimento de projetos de geração de energia solar fotovoltaica de grande porte no Brasil, disseram as empresas à Reuters.
A parceria estratégia se inicia com o complexo solar Intrepid, localizado no Ceará, com capacidade instalada de 425 megawatts-pico (MWp) e investimentos de 1,8 bilhão de reais na fase de engenharia, aquisições e construção (EPC, na sigla em inglês).
Pelo acordo, a PowerChina assume o projeto já no formato “ready-to-build”, com a Pontoon tendo resolvido toda a estruturação financeira, jurídica, técnica, regulatória e fiscal, bem como a comercialização da energia do complexo no mercado livre.
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A chinesa passa então a ser responsável por todo o EPC do parque fotovoltaico, além de arcar com aportes necessários para a construção e operação do ativo.
Com obras já iniciadas e previsão de entrada em operação até meados de 2025, o complexo Intrepid tem cerca de 75% de sua energia já vendida em contratos de longo prazo, no modelo de autoprodução, a grandes consumidores, como Panasonic e BRF. Os 25% restantes da geração deverá ser deixada descontratada, servindo a contratos mais curtos de trading de energia.
“É só o início da parceria, a ideia é trazer novos projetos. Temos outros projetos no portfólio que ainda estamos em fase de desenvolvimento para poder apresentar tanto à PowerChina como a outros players chineses que estão chegando no Brasil”, explicou à Reuters Alexandre Zanotta, diretor de Operações da Pontoon.
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O complexo solar cearense tem ainda uma expansão prevista para mais 505 MWp de capacidade. Ao todo, a Pontoon tem uma carteira de projetos –todos solares e de grande porte– com capacidade total de 1,1 GWp, a ser implementada ao longo dos próximos anos.
Segundo Zanotta, além de desenvolvimento de projetos, grupos chineses também tem mostrado demanda por consultorias na área de energia e soluções de mobilidade elétrica, como renovação de frotas para empresas de logística e transporte.
Já para a PowerChina, este é o seu primeiro investimento “greenfield” nas Américas e o primeiro em energias renováveis no Brasil. Um dos maiores grupos de construção do mundo, a chinesa está presente no Brasil desde 2006, atuando em vários contratos de grande porte do setor elétrico e de infraestrutura.
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“O modelo de negócio apresentado… representa uma grande inovação para nós no Brasil e abriu as portas para aportarmos no país nossa ampla expertise de atuação global na área de EPC em energia renovável, além de capacidade de investimento”, disse em nota Sun Shizhe, gerente-geral do Departamento de Investimentos e Finanças da PowerChina International.
“A expectativa da PowerChina com essa parceria engloba os resultados desse primeiro investimento e prevemos um possível crescimento a partir de novos projetos no Brasil”, acrescentou o executivo.
A investida da gigante de construção marca mais uma aposta da China, maior parceira comercial do Brasil, no setor elétrico, no qual o país asiático é um importante investidor. Há grandes grupos chineses atuando em toda a cadeia de energia do Brasil, como State Grid, SPIC e CTG.
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Recentemente, o governo brasileiro anunciou que a estatal China Energy deve aportar 10 bilhões de dólares no país. A empresa também estudará projetos em conjunto com a Petrobras.
(Por Letícia Fucuchima)