O rio está para peixe para a Paranapanema, aponta Planner Corretora

Analista destaca o múltiplo atrativo das ações da companhia em relação aos seus pares internacionais, iniciando cobertura com recomendação de compra

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A Planner Corretora iniciou a cobertura para as ações da Paranapanema (PMAM3) com perspectivas positivas para a companhia, indicando assim a compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 7,30 para o final de 2013. Este valor configura um potencial de valorização de 36,45% em relação ao último fechamento.

O analista Luiz Francisco Caetano destaca que, após um longo período de prejuízos, a Paranapanema – que atua no segmento de cobre no Brasil -, voltou a lucrar no último trimestre e pode mostrar resultados muito positivos a partir deste ano. No quarto trimestre de 2012, a companhia registrou alta de 43% na receita e de 59% no lucro bruto.

Caetano aponta que as restrições de importação estão permitindo à Paranapanema elevar o volume de vendas e seus preços em relação ao cobre negociado no mercado internacional, o que terá forte efeito positivo nas margens. Com isso, o resultado do primeiro trimestre de 2013, a ser divulgado no próximo dia 30, será muito importante para confirmar a nova fase da empresa, ” e também será fundamental para ‘calibrarmos’ nossas projeções”, aponta o analista.

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As ações da Paranapanema, aponta o analista, estão cotadas com múltiplos abaixo de suas concorrentes internacionais, mesmo após a forte recuperação nos últimos meses. Uma boa comparação com a companhia, aponta Caetano, é a empresa alemã Arubis, que está vendo o seu papel ser negociado a 9,2 vezes o lucro, contra 7 vezes o da Paranapanema. 

De ”rio sem peixes” para ”rio com peixes”
Caetano ressalta que a palavra ”paranapanema” na língua tupi-guarani quer dizer ”rio improdutivo” ou ”rio sem peixes”. Entretanto, depois de anos de prejuízos, a empresa volta agora a ter perspectivas de resultados muito positivos. ”Então, metaforicamente, podemos dizer que enfim o ‘rio’ da Paranapanema volta a ter ‘peixes’, afirma o analista.

A empresa passou nos últimos anos por uma grande reestruturação organizacional, financeira e produtiva, vendendo empresas controladas e focando apenas na área de cobre. No terceiro trimestre de 2012, a empresa anunciou um conjunto de investimentos e mudanças administrativas, inaugurando a chamada ”Nova Paranapanema”, com investimentos em projetos de R$ 984 milhões até 2014. Com isso, a expectativa é que a capacidade de refino de cobre suba em 27% e que a produção de produtos semielaborados cresça 67%.

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Além disso, aponta Caetano, a Paranapanema vai se beneficiar do fim da ”Guerra dos Portos”, que permitirá que a empresa volte a elevar o preço do cobre contido em seus produtos. Além disso, os preços do cobre animaram, uma vez que eles registram forte alta com o aumento do consumo da Ásia, principalmente da China. Entretanto, a expectativa é de preços 5% menores do que os observados em 2012, para US$ 7,5 mil a tonelada. 

”É muito difícil projetar um patamar de margens para Paranapanema após todos os investimentos, até por falta de outras empresas de capital aberto do mesmo setor para fazer comparações. No entanto, examinando as margens de uma empresa brasileira de capital fechado (Termomecânica), que produz semielaborados de cobre, pode-se verificar que a rentabilidade da Paranapanema pode crescer além do salto já verificado no quarto trimestre”, avalia Caetano.

O analista também destaca a história da empresa que, atualmente, não lembra nem de perto a companhia cuja ação já representou 11% do volume da bolsa em anos como 1987. Em função dos prejuízos, a empresa ficou 20 anos sem distribuir dividendos, tendo o feito uma pequena distribuição em 2011, por conta de resultados não operacionais.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.