“O impossível só é impossível porque ninguém fez”, diz Amyr Klink

Maior navegador brasileiro mostra que sua experiência tem muito a ensinar tanto para os que querem empreender, quanto para os que já são versados no ramo

Rafaella Bertolini

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“O impossível só é impossível porque ninguém fez”, quem diz é Amyr Klink, que neste 25 de setembro completa 67 anos.

Em homenagem a data relembramos a entrevista do navegador ao Do Zero Ao Topo que com suas vivências, mostra como navegar tem muito o que ensinar tanto para os que querem empreender, quanto para os que já são versados no ramo.

Quando as ondas da navegação se encontram as do empreendedorismo

Problemas burocráticos, financeiros e técnico: o trio parece comum a quem já tem ou busca ter um negócio próprio. Mas esses não são elementos da história do dono de uma empresa, mas algumas das dificuldades enfrentadas por Amyr Klink.

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Nascido em 1955, na cidade de São Paulo, o navegador, escritor e empreendedor, foi a primeira pessoa a atravessar o oceano Atlântico em um barco a remo, em 1984. A travessia levou 100 dias, partindo da Namíbia, na África, até Salvador, na Bahia, com direito a ondas de aproximadamente 9 metros e ventos incessantes ao longo do caminho.

O feito pode parecer grande por si só, mas ainda deve ser somado a uma viagem até a Antártida, com duração de 13 meses (com sete deles com o barco imobilizado no meio do gelo), e, para completar, uma volta ao mundo da maneira mais curta, mas também mais difícil: por meio da circunavegação polar. E esses são apenas alguns dos episódios da vida do navegador.

Por mais aventureiras que sejam as histórias de Amyr Klink, o navegador atribui cada uma delas ao seu árduo planejamento e foco para tirá-las do papel. Até que a sua primeira travessia se concretizasse, por exemplo, foram quatro anos de preparação.

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Durante a espera, Klink reconhece que a ansiedade se fez presente, mas mas relembra a todos que, quando se tem um foco maior no horizonte, aprende-se a ser resiliente. “Eu entendi que no mar não há como você encurtar o caminho, é preciso abraçar a jornada”, afirma em entrevista ao episódio 113 do Do Zero Ao Topo.

Planeje-se, mas esteja pronto para replanejar-se

Para Klink, é essencial lembrar que mesmo quando se tem tudo estruturado, o mar, tal como o mundo, permanece em movimento, e é preciso – rapidamente – se adaptar.

Até iniciar sua rota, foram diversas as dificuldades burocráticas, diplomáticas e financeiras. Durante o trajeto, a natureza, o cansaço físico e mental se encarregaram de deixar o caminho ainda mais complexo e incerto. Mas o navegador tinha algo muito claro em mente: “Fui muito persistente porque percebi que não estava sozinho. Eu era o último elo de uma cadeia muito longa de pessoas que colaboraram para que a experiência desse certo”.

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Nesse sentido, ainda que com um longo planejamento, Klink esteve sempre preparado para mudar o curso quando fosse necessário e fala sobre a necessidade de observar o contexto para refazer as rotas: “A capacidade de entender o contexto e ver para onde as coisas vão é essencial para todo mundo”, afirma.

Ventos contrários também nos movimentam

Outra de suas lições foi aprender a conviver com os problemas. Uma das maiores dificuldades do navegador no planejamento de sua viagem foi na construção de um barco que não capotasse.

Com o tempo, esforço empreendido, acrescidos a visão de um engenheiro que o acompanhava, percebeu que não adiantava correr do impasse, era preciso abraçá-lo.

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O empecilho era o capotamento? Portanto, a solução foi construir um barco antifrágil, que capotasse mas logo voltasse ao seu eixo.

O medo é companheiro, mas não pode ser impeditivo

Um longo tempo de planejamento até que o projeto saísse do papel e rumasse ao Atlântico não livrou o navegador do medo e das incertezas. Muito pelo contrário: quando partiu para sua aventura de 100 dias, Klink relembra que estava apavorado. “Eu estava em pânico. No primeiro dia, me afastando da África, lembrava que ainda havia mais 7 mil km até o Brasil”, conta.

Aos poucos, o medo foi dando lugar à certeza de estar rumando seu próprio caminho, o que dava força e clareza para cumprir o trajeto. “Foi a primeira vez em anos que finalmente assumi o protagonismo do meu projeto”. Para ele, a sensação de colocar em prática aquilo que se comprometeu, foi e segue sendo o maior combustível possível.

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“Quando você se tornar protagonista de um projeto não tem outra alternativa senão ir às até às últimas consequências”, afirma.

Para conhecer mais a fundo a história do maior navegador brasileiro, confira episódio #113 do Do Zero Ao Topo, disponível em vídeo no YouTube . O programa está disponível em áudio em ApplePodcastsSpotifyDeezerSpreakerGoogle PodcastCastbox e Amazon Music.

Sobre o Do Zero ao Topo

A cada episódio, o podcast Do Zero ao Topo conta a história de uma personalidade de destaque no mercado brasileiro. O programa já recebeu nomes como José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner; Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos; Rony Meisler, da Reserva; o empresário Abílio Diniz; Alcione Albanesi, do Amigos do Bem, Stelleo Tolda, um dos fundadores do Mercado Livre, e Sérgio Zimerman, da Petz.

Rafaella Bertolini

Editora de redes sociais do Stock Pickers e Do Zero ao Topo. Escreve reportagens sobre empreendedorismo, gestão, inovação e mercados para o InfoMoney.