“O futuro não é o banco atual com uma camada digital”, diz fundador da Creditas

A história de Sergio Furio e da Creditas é tema do 16º episódio do podcast Do Zero ao Topo

Letícia Toledo

Sergio Furio, da Creditas (Divulgação)
Sergio Furio, da Creditas (Divulgação)

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SÃO PAULO – O espanhol Sergio Furio chegou ao Brasil após se tornar um verdadeiro especialista no site do Banco Central, em 2012. Furio havia praticamente decorado todos os estonteantes juros cobrados pelas instituições financeiras e tinha como objetivo criar um negócio para reduzir a ineficiência e as taxas dos empréstimos brasileiros.

A vida real, como costuma ser, se mostrou bem mais difícil do que as planilhas de Furio. Mas sete anos e R$ 1,2 bilhão em aportes depois, a Creditas é hoje uma das maiores fintechs do país. Oferecendo crédito com garantia em imóveis e automóveis, a empresa já emprestou mais de US$ 500 milhões.

Em dezembro de 2020, mais de um ano após a gravação deste episódio, a empresa captou mais US$ 255 milhões e, com isso, foi avaliada por seus investidores em mais de US$ 1 bilhão — especificamente, em US$ 1,75 bilhão. Com isso, tornou-se um unicórnio.

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A história de Furio e da Creditas é tema do 16º episódio do podcast Do Zero ao Topo. Você pode seguir e escutar o podcast pelo Spotify, Spreaker, iTunes, Google Podcasts, Deezer e Castbox ou então fazer o download clicando aqui.

A Creditas foi atraiu o conglomerado japonês SoftBank para sua base de acionistas e recebeu um aporte que avaliou a fintech em mais de US$ 700 milhões.

Com seu modelo inicial consolidado — e o dinheiro recentemente captado — a Creditas começa agora a ampliar seus negócios. O caminho escolhido não deve ser uma oferta cada vez maior de produtos financeiros e sim de serviços. “O futuro não é o banco atual com uma camada digital”, diz fundador da Creditas.

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Há cerca de três meses a empresa está testando um serviço de reformas que, além de oferecer o crédito, auxilia seus clientes na escolha de materiais e fornecedores. “Muitas vezes as pessoas pegam empréstimos conosco, mas acabam tendo um gasto desnecessários na hora de utilizar o dinheiro. O que elas precisam nem sempre é apenas de juros menores, mas de um auxílio para fazer uma reforma com um custo menor”, explica Furio.

A aposta no oferecimento de serviços vem da visão de Furio sobre o futuro de bancos e fintechs: para sobreviver essas instituições terão que auxiliar cada vez mais o cliente em toda a sua jornada.

“Hoje, plataformas como Amazon e Mercado Livre estão atuando no campo dos bancos, facilitando pagamentos e oferecendo empréstimos. As pessoas adoram lidar com essas empresas e odeiam bancos. O movimento que deve acontecer agora é que bancos vão ter que se reinventar e oferecer serviços. Se o banco não resolver os problemas do cliente durante a sua jornada, outra empresa vai, e essa empresa é que vai ficar com o cliente, dominar toda a sua jornada”, afirma.

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O Do Zero ao Topo é o podcast do InfoMoney que conta a história dos empreendedores e empresários por trás das maiores empresas do país, com novos episódios toda quarta-feira às 18h.

Letícia Toledo

Repórter especial do InfoMoney, cobre grandes empresas de capital aberto e fechado. É apresentadora e roteirista do podcast Do Zero ao Topo.