No pregão pós-resultado, ação da Hypermarcas vai do fundo ao topo do Ibovespa

Papéis HYPE3, que caíram mais de 4% de manhã, fecharam em alta de 2,45%, segunda maior valorização do benchmark

Renato Rostás

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SÃO PAULO – Com indefinição do mercado quanto às perspectivas para a Hypermarcas (HYPE3), as ações da companhia apresentaram forte oscilação no pregão desta segunda-feira (12). Os papéis chegaram a abrir com a maior queda do Ibovespa, mas se recuperaram e fecharam o dia como a segunda maior valorização do benchmark da bolsa brasileira – atrás apenas da Klabin (KLBN4, R$ 9,29, +3,11%).

Os ativos HYPE3 terminaram o pregão com alta de 2,45%, aos R$ 11,73 – apenas R$ 0,05 abaixo da máxima observada no dia. Já o o principal índice da bolsa fechou com queda de 0,48%. Contudo, durante a manhã esses ativos chegaram a apresentar desvalorização de 4,28%, quando bateram sua mínima do intraday (R$ 10,96).

O volume negociado pelos ativos HYPE3 também foi bastante forte na sessão, totalizando R$ 98,3 milhões no dia. O valor ficou bem acima da média diária dos últimos 21 pregões, de R$ 60,5 milhões. 

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Resultado negativo, mas esperado
Apesar de a Hypermarcas ter reportado um lucro líquido em forte queda durante o quarto trimestre do ano passado, a Votorantim Corretora acredita que a perda de eficiência com os custos mais elevados já era um resultado esperado para o período.

Em relatório, o analista Luiz Cesta ressalta que a desaceleração na entrada de receitas – o faturamento foi 1,3% maior, frente ao mesmo período de 2010 – foi abaixo do que era aguardado, fazendo com o que o Ebitda (geração operacional de caixa) terminasse em linha com a expectativa e com o guidance de R$ 700 milhões, considerando 2011 como um todo.

Além disso, grandes perdas como as despesas financeiras e custos da transferência da unidade Farma para Goiás são não recorrentes, como explica Cesta. O balanço também teve pontos positivos, entre eles o fluxo de caixa positivo em R$ 289 milhões para as atividades operacionais, bem como a desalavancagem, com a redução de R$ 516,4 milhões na dívida líquida.

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Por fim, Sandra Peres, da Coinvalores, lembra que o novo foco de desinvestimentos pode ajudar a companhia. A nova estratégia de buscar rentabilidade com o novo foco em farmacêuticos e consumo pode “ajudar a companhia a se refazer e voltar a ter números positivos”, comenta. No entanto, ela alerta que o cenário em 2012 não deve diferir daquele visto no ano passado.

Parceria em medicamentos biológicos
Mas durante a teleconferência para discutir os números do quarto trimestre, a empresa confirmou que está em tratativas para montar uma joint venture que atuará no mercado de medicamentos biológicos. A Hypermarcas teria como parceiros os laboratórios Aché, União Química e EMS, e a operação seria financiada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, caso o acordo seja realmente fechado, como a imprensa nacional vem comentando, o impacto seria positivo para o papel. Isso porque os envolvidos têm expressão no mercado e o banco de fomento vem, há um tempo, buscando um grande nome para fechar essa associação. A oportunidade seria boa mesmo nesse momento de acerto das finanças que a companhia tem procurado realizar.