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SÃO PAULO – A MMX (MMXM3) anunciou na última segunda-feira (13) uma reestruturação societária através de uma emissão de ações, marcando o ingresso da SK Networks no quadro acionário da empresa. De maneira geral, a notícia foi recebida com otimismo pelos analistas, que destacaram a geração de valor para os acionistas e a melhora das perspectivas operacionais da mineradora.
“Apesar da potencial diluição de participação em decorrência da transação, nós acreditamos que a iniciativa foi positiva estrategicamente”, escreve Leonardo Correa, analista do Barclays Capital. “Mesmo com o aumento de capital pressionando a performance das ações no curto prazo, nós mantemos nosso viés positivo para a companhia, acreditando no crescimento significativo do projeto”, completa.
Por sua vez, a equipe da Itaú Corretora, formada por Carlos Constantini, Susana Salaru e Cida Souza, destaca a geração de valor para o acionista. O valor acordado entre a MMX e a SK prevê uma oferta de ações ao preço de R$ 13,96 por ação, o que representa um prêmio de 4,8% sobre o preço de fechamento dos papéis nesta terça-feira (14).
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Porto Sudeste
“Além disso, a MMX vai levantar, com a oferta pública para aumento de capital, entre US$ 700 milhões e US$ 2 bilhões, enquanto o desembolso pelo porto Sudeste será de apenas US$ 150 milhões”, destacam Constantini, Suzana e Cida, aludindo à outra parte da reestruturação societária: a compra de uma fatia da LLX (LLXL3), a LLX Sudeste.
Com essa visão positiva, a Itaú elevou o preço justo para a MMX, de R$ 14 para R$ 16, mantendo a recomendação “outperform” (desempenho acima da média do mercado) para os papéis.
“Na prática, o fato do Porto Sudeste passar a ficar “em baixo” da MMX não muda muita coisa. A atuação em conjunto das empresas do Grupo já era esperada e já está bem precificada”, avalia Antonio Emilio Bittencourt Ruiz, da BB Investimentos.
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Já o analista da Brascan, Rodrigo Ferraz, indica um impacto positivo para a mineradora da mudança de posse do porto. Ele revela que os custos operacionais da MMX tendem a cair, uma vez que com a incorporação a taxa de utilidade passa de US$ 10,5 por tonelada para uma faixa entre US$ 1,5 e US$ 2,0 por tonelada. “Levando-se em conta uma produção total de 50 milhões de toneladas, isso pode resultar em uma economia de quase US$ 190 milhões ao ano a partir de 2014”, destaca.
Receitas
O acordo entre MMX e SK também inclui um contrato de longo prazo regulando o fornecimento de minério de ferro à empresa sul coreana. “A operação representa mais uma parceria importante de longo prazo para a venda de minério de ferro para um “sócio-cliente”, aponta Antonio Emilio Bittencourt Ruiz.
O analista da Brascan, por sua vez, vê no acordo entre as duas empresas um aumento da segurança dos fluxos da companhia, assim como aconteceu com a entrada da Wuhan, quando a percepção de risco do mercado em relação à MMX foi alterada.
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Riscos
Entretanto, o negócio não foi recebido de maneira unânime. Enquanto os analistas da Itaú e do Barclays se mostraram otimistas – com o último afirmando que o mercado pode estar “subestimando de maneira significativa” os níveis futuros de produção da MMX -, algumas análises ressaltam a potencial diluição dos atuais acionistas da MMX como ponto negativo.
Além disso, o analista da Brascan lembra ainda que ainda há muitas incertezas em relação aos setores de mineração e siderurgia – incluindo dúvidas sobre a demanda chinesa e regulamentação do mercado doméstico. “A atual situação financeira ainda indica a necessidade de grandes financiamentos para o Capex, visto que o aporte a ser realizado melhorará o balanço no curto prazo, mas não será suficiente para viabilizar o plano de investimentos”, explica.
Já Ruiz, do BB, aponta que MMX segue sem um plano de investimentos, “fazendo com que os futuros desembolsos não sejam claros”. O analista também destaca que a empresa segue com problemas de logística – sendo este o maior risco para a companhia. No curto prazo, ele ressalta que o processo de reestruturação só deve ser concluído no final de 2010, pressionando as ações.
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Com isso, apesar do viés otimista no longo prazo, o analista cortou a recomendação dos ativos de “compra” para “manutenção”, considerando que o preço-alvo dos papéis (R$17,90 para junho de 2011) já se encontra muito próximo do proposto para a efetivação da operação.
Confira as recomendações para a MMX | |||
Corretora | Preço-alvo | Upside* | Recomendação |
Brascan | R$ 18,41 | 38,3% | Outperform |
Barclays | R$ 18,00 | 35,2% | Outperform |
BB Investimentos | R$ 17,90 | 34,4% | Hold |
Itaú | R$ 16,00 | 20,2% | Outperform |
* Calculado com base na cotação de fechamento de 14 de setembro