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SÃO PAULO – Nesta quinta-feira (12), o Mercado Livre anunciou a abertura de mais cinco centros logísticos de distribuição de produtos pelo Brasil. Serão três novos galpões no estado de São Paulo (dois em Cajamar e outro em Guarulhos), um em Santa Catarina (no município de Governador Celso Ramos) e outro em Minas Gerais (na cidade de Extrema). O objetivo, segundo a varejista, é focar em entregas mais rápidas e eficientes para todo o Brasil.
O Mercado Livre não detalhou o custo de implementação dos novos centros de distribuição (CDs), mas disse que ele está contemplado no investimento anunciado pela companhia para 2020. Serão R$ 4 bilhões injetados na operação brasileira ao longo do ano, valor que envolve também a ampliação da frota própria de entregas.
A expansão logística pelas estradas e rodovias é um desafio, segundo Leandro Bassoi, vice-presidente de Mercado Envios (braço logístico do Mercado Livre). “Faltam bons projetos de CDs em regiões como o Sul e o Nordeste. Mas, com um planejamento adequado, é possível construí-los.”
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“A expansão da nossa malha logística vai de encontro com a nossa estratégia de mercado para o país. O Mercado Livre vem investindo em logística há muitos anos no Brasil. Vimos agora uma necessidade de ampliar nossos limites atuais”, complementou Bassoi, durante a coletiva de anúncio dos novos CDs.
As atividades nos novos centros devem começar entre novembro de 2020 e o início de 2021. Os CDs irão adicionar 340 mil metros quadrados à malha logística gerenciada pelo Mercado Envios. Segundo a empresa, os novos galpões farão o Mercado Livre duplicar a capacidade de armazenamento e de processamento de encomendas. Também devem gerar 13,5 mil novos empregos nas cidades onde serão instalados.
Na cidade de Cajamar, a empresa anunciou que os dois novos centros de logística terão 75 mil metros quadrados e 112 mil metros quadrados, respectivamente. O primeiro CD já começou a operar na última segunda-feira (9).
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Entregas mais ágeis
Ainda de acordo com Bassoi, os novos centros de distribuição fazem parte do plano da empresa de consolidar entregas em até dois dias para todo o país, não apenas nas grandes praças. “Atualmente, conseguimos realizar essas entregas em até dois dias em 1.800 cidades brasileiras, que concentram 80% da população do país. A ideia é melhorar esses números.”
O vice-presidente do Mercado Envios ainda lembra que os novos centros serão construídos na modalidade de built to suit, pela qual uma incorporadora constrói o imóvel para atender um inquilino específico – no caso, o Mercado Livre. De acordo com a companhia, esses contratos de aluguel são atípicos: têm duração de dez anos e não contam com revisões no meio do contrato.
Segundo o executivo, a ampliação da malha logística da companhia não se limita apenas aos novos centros de distribuição. O Mercado Livre espera ampliar também a frota de aviões, carretas e vans de transporte. Sem contar os novos centros de distribuição, a empresa contava com 19 CDs, quatro aviões e milhares de veículos dedicados.
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Diferenças entre os centros de distribuição
Dos cinco novos CDs, quatro deles servirão à modalidade de fulfillment. O termo, muito usado no e-commerce, quer dizer que o estoque dos vendedores é gerenciado pelo próprio Mercado Livre – desde o armazenamento da mercadoria até a entrega para o cliente.
Já o centro de distribuição localizado na cidade de Guarulhos (SP) funcionará na como um CD de crossdocking, uma modalidade de logística do e-commerce na qual os vendedores mantêm o inventário da operação e o Mercado Livre apenas coleta a mercadoria para a entrega após a venda.
Jogada do Mercado Livre é estratégica, avalia especialista
Para Alexandre Machado, especialista em varejo e sócio-diretor do Grupo GS& Gouvêa de Souza, o Mercado Livre pode ganhar em tempo de entrega com a ampliação da sua malha logística. Assim, a companhia deve consolidar sua participação no mercado brasileiro.
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“Na hierarquia de decisão do consumidor, o primeiro atributo levado em consideração é o preço e o segundo é tempo de entrega. Mas esse segundo pode ter uma maior importância se há qualidade na entrega e confiança entre empresa e consumidor. O Mercado Livre está há muito tempo nesse mercado e segmento”, explica Machado. “Em comparação com a movimentação de outras varejistas, vemos um diferencial de competição interessante.”
Recentemente, vimos movimentações de grandes companhias do varejo brasileiro como a Amazon para ampliar sua malha logística no país. Bassoi afirmou que a companhia olha os avanços das concorrentes no mercado, mas reforçou que a decisão de expansão não foi pensada como resposta aos concorrentes.
“Competição e competidores sempre existirão. Fazem você ficar mais atento, naturalmente. Tentamos observar o que acontece no Brasil e na América Latina para tentar entender os próximos passos, mas as nossas decisões são pensadas exclusivamente nos clientes”, complementa Bassoi.
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“Estamos muito comprometidos com o Brasil. No ano que vem, o investimento será maior do que foi neste ano. Quanto melhor a nossa logística, mais aumenta a penetração do e-commerce”, destacou Fernando Yunes, vice-presidente sênior e liderança regional do Mercado Livre.