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SÃO PAULO – A Vale (VALE3; VALE5) possui perspectivas de melhora gradual para o crescimento mundial durante o ano de 2012, após a desaceleração ocorrida no último trimestre de 2011. A mineradora destaca que as economias dos EUA e do Japão vêm apresentando desempenho mais positivo, assim como o continente europeu, após a injeção de liquidez pelas autoridades monetárias da região.
A companhia ressalta ainda que, apesar do menor crescimento do PIB chinês no primeiro trimestre, isso não deve implicar em menor demanda pelos insumos oferecidos pela mineradora ao país. Nos três primeiros meses deste ano, o setor imobiliário do gigante asiático esteve mais fraco, os investimentos em infraestrutura estiveram mais moderados e houve queda nos estoques de alguns setores e de exportações devido à fraca demanda europeia.
“No entanto, acreditamos que o pior para o crescimento chinês já tenha acontecido neste primeiro trimestre, e que uma reaceleração gradual da atividade econômica já esteja tomando forma”, avaliou a companhia em comunicado. Dentre os fatores apontados pela mineradora está o menor risco político, abrindo espaço para investimentos públicos e para a promoção de reformas.
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Crescimento mais fraco na China?
Os índicios de que algumas reformas, como o anúncio da banda mais ampla de flutuação do yuan, já apareceram, assim como o aumento do limite para os fluxos internacionais, ainda que eles sejam tímidos, pontua a mineradora. A política de gradual relaxamento do controle de moeda e crédito e de juros baixos também está sendo posta em prática, o que deve levar a um crescimento mais rápido dos investimentos.
Com isso, a empresa afirma que “as perspectivas de médio prazo para a demanda chinesa por minerais e metais dependem do ritmo e da composição do crescimento econômico” apesar de acreditar que, mesmo com um crescimento mais lento da economia chinesa, a demanda por minérios não será mais fraca. A mineradora estima que, caso haja uma expansão do PIB chinês em 7% ao ano nessa década – representando uma queda de 30% no ritmo de expansão -, o produto real aumentaria em 45%.
A Vale diz não acreditar em uma redução da demanda por minérios no curto prazo na China. Apesar do governo estar comprometido em reequilibrar a demanda com menos investimento e mais consumo, medidas radicais exigiriam mudanças estruturais profundas de política econômica, difíceis de serem implementadas.
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Produção de aço se recupera
Enquanto isso, a China se destaca como uma produtora importante de aço, assim como o Japão, que elevou suas produções para mais alto nível desde o início do terremoto em março de 2011. Além disso, os preços do minério estão se recuperando das mínimas do quarto trimestre de 2011, com alta de 27% em relação ao nível de outubro.
“Após a performance abaixo da esperada nos dois primeiros meses do ano, causada por problemas na produção e logística em conseqüência das fortes chuvas no Brasil, os embarques de minério de ferro da Vale recuperaram-se vigorosamente em março, totalizando 31,7 mil toneladas, das quais 53,4% foram destinadas à China”, afirma a companhia.
Ainda segundo a mineradora, o aquecimento do mercado de ferro deve continuar, com o crescimento da demanda puxado pela China e por restrições do lado da oferta, já que não há nenhum grande projeto entrando em operação no curto prazo e as exportações indianas estão em tendência declinante.
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A perspectiva é de crescimento da demanda de aço inoxidável por parte da indústria automobolística e aeroespacial enquanto, do lado da oferta, os projetos continuam a sofrer com altos custos e desafios técnicos. Já a indústria de cobre, que vem sofrendo com restrições na oferta devido a greves e desafios operacionais, apresenta-se bastante aquecida.
Com isso, a companhia segue com os projetos de cobre em Carajás e que será seguido por Salobo II. Eles devem operar com capacidade nominal de 100 mil toneladas métricas por ano cada, e devem iniciar as atividades no segundo trimestre de 2012 e segunda metade de 2013, respectivamente. Com isso, a Vale conclui que, “dado este cenário, continuamos a investir em um amplo portfólio de projetos, diversificado por produto, geografia e driver de demanda”.