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SÃO PAULO – Jay Y. Lee, o herdeiro bilionário da Samsung, pediu desculpas públicas pessoais pelo papel de sua empresa em um escândalo de sucessão que abalou a Coreia do Sul e prometeu não entregar a liderança a seus filhos, um sinal incomum levando em consideração a história do maior conglomerado do país.
Lee admitiu erros no passado e prometeu que evitará violações da lei no futuro. Sua promessa sugere que a liderança da empresa, fundada por seu avô em 1938, não será automaticamente transferida para a quarta geração da família.
“Somos reconhecidos por nossa tecnologia e produtos de primeira classe, mas a visão pública da Samsung ainda é crítica”, disse o homem de 51 anos. “Isso é tudo por causa de nossas deficiências. Isso foi culpa minha e ofereço minhas sinceras desculpas. ”
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Lee tem sido envolvido por anos em alegações de que pagava propinas para a então presidente Park Geun-hye. O escândalo levou ao impeachment de Park em 2017 e a uma sentença a 25 anos de prisão para a ex-presidente.
O episódio também provocou raiva do público pelo poder dos conglomerados no país, desencadeando na eleição de um reformista como sucessor de Park. Segundo analistas ouvidos pela Bloomberg, o pedido de desculpas do executivo pode ajudar a polir a imagem da Samsung, que melhorou depois que a gigante da eletrônica divulgou uma série de esforços para ajudar a Coreia na batalha contra o Covid-19 no país e no mundo.
A batalha legal interrompeu o mandato de Lee no comando da Samsung: ele ficou preso por um ano e libertado no início de 2018. Lee se tornou chefe da companhia de fato depois que seu pai sofreu um ataque cardíaco, em 2014.
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“Dou aqui hoje a minha palavra de que, a partir de agora, não haverá mais controvérsia em relação à sucessão. Não haverá absolutamente nenhuma infração à lei ”, disse Lee. “Não haverá necessidade de conveniência legal ou ações que causem reprovação ética. Meu único foco será aumentar o valor corporativo da Samsung.”
Julgamento ainda sem decisão
O tribunal de apelações que decidiu libertar Lee deverá decidir sua sentença final nos próximos meses. A menos que surjam novas evidências durante o novo julgamento, o tribunal de apelação deve seguir a decisão da Suprema Corte da Coreia, que o culpou por usar cavalos puro sangue e dinheiro para subornar a então presidente enquanto procurava apoio político.
Sob pressão, Lee desistiu de estender seu mandato de três anos no conselho da Samsung. Embora ele mantenha seu título de vice-presidente, será o conselho que deve tomar as decisões pelos próximos meses, disseram pessoas familiarizadas com o assunto à Bloomberg.
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“As ações da Samsung C&T aumentaram com a expectativa de que Lee não volte mais para a cadeia, aliviando incertezas com relação a questões de julgamento”, disse Lee Sang-hun, analista sênior da HI Investment & Securities em entrevista à Bloomberg. “Lee mostrou sua liderança e procurou aumentar a imagem corporativa”.