Fundada por brasileiro, empresa de tecnologia na área da saúde recebe aporte de R$ 180 milhões de um dos maiores banqueiros dos EUA

btt Corp. desenvolve tecnologias para monitoração, diagnóstico e tratamentos baseados na termodinâmica cerebral e se prepara para IPO em até 5 anos

Anderson Figo

Médico brasileiro Marc Abreu, fundador da btt Corp., nos Estados Unidos (Foto: Divulgação)
Médico brasileiro Marc Abreu, fundador da btt Corp., nos Estados Unidos (Foto: Divulgação)

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O mercado global de tecnologia na área da saúde deve movimentar US$ 34 bilhões até 2025, segundo levantamento da Tractica, empresa de pesquisa americana. E G. Jeffrey Records Jr., dono do MidFirst Bank, o maior banco privado dos Estados Unidos, aposta no potencial desse ramo.

Através da Oklahoma Rock Holdings, o banqueiro acaba de investir US$ 29,3 milhões (cerca de R$ 180 milhões) na btt Corp., empresa fundada nos Estados Unidos por um médico brasileiro que desenvolve novas tecnologias para monitoração, diagnóstico e tratamentos baseados na termodinâmica cerebral e frequências termorregulatórias.

A rodada de aporte também contou com US$ 5 milhões (cerca de R$ 27 milhões) do brasileiro Juliano Victorino, dono do conglomerado de comércio exterior Trust Group. Ao todo, a empresa já captou cerca de US$ 80 milhões de investidores externos desde sua fundação, em 2006.

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“Estamos expandindo nossa capacidade nos Estados Unidos e no exterior. Abrimos uma nova instalação de 700 metros quadrados em Aventura, na Flórida, com novos equipamentos para aumentar o número de tratamentos usando uma nova geração de nossa tecnologia cerebral patenteada”, disse Robert Mogel, CEO da btt Corp., ao InfoMoney.

“O novo aporte também acelera nossas pesquisas e ensaios clínicos para o tratamento do Alzheimer, Parkinson, ELA [esclerose lateral amiotrófica] e ataxia [transtorno motor]. E estamos expandindo nossa linha de dispositivos médicos para tratar distúrbios do sono e otimizar o sono”, completou.

Mogel afirmou ainda que o dinheiro também será usado para expandir o tratamento de câncer da btt baseado no cérebro, que foi apresentado em Las Vegas em dezembro de 2022, na 30ª Reunião Anual da Academia Americana de Medicina Antienvelhecimento.

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“A empresa é lucrativa e pode crescer organicamente, mas as injeções de dinheiro podem acelerar a velocidade do crescimento, permitindo ajudar mais pacientes mais cedo”, destacou o executivo, descartando a hipótese de essa rodada de aporte externo ter sido a última. A btt também se prepara para fazer um IPO — ter ações listadas na Bolsa americana — em até 5 anos.

Robert Mogel, CEO da btt Corp. (Foto: Divulgação)
Robert Mogel, CEO da btt Corp. (Foto: Divulgação)

O negócio

A btt Corp. atualmente ganha dinheiro com seus tratamentos de hipertermia e hipotermia guiados pelo cérebro. No entanto, em 2023, a empresa também crescerá por meio da venda de produtos de consumo baseados no cérebro, como BrainTemp™ Eyewear, um óculos para monitorar a temperatura e as frequências do cérebro para evitar insolação e aumentar o desempenho físico do usuário.

Todas as tecnologias desenvolvidas pela empresa se baseiam em um estudo feito pelo médico brasileiro Marc Abreu, fundador da btt Corp. e pesquisador da Universidade de Yale, baseado na termodinâmica cerebral, temperatura do cérebro e frequências termorregulatórias. A companhia detém o direito exclusivo e permanente de explorar a técnica criada pelo dr. Abreu, que já possui mais de 100 patentes registradas nos EUA.

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Além de Abreu, a btt tem hoje mais 27 sócios, que estão divididos entre investidores institucionais e privados dos Estados Unidos, América do Sul e da Europa.

Perguntado sobre o risco de a descoberta do médico brasileiro ser ultrapassada, Mogel disse ser “muito improvável porque é baseado em uma descoberta biológica e em mais de 20 anos de pesquisa para entender e usar frequências termorreguladoras cerebrais e termodinâmica cerebral, além de patentes e segredos comerciais”. Segundo ele, a empresa está “20 anos à frente em frequências cerebrais e conhecimento de termodinâmica”.

Com sede em Delaware, nos Estados Unidos, a btt afirma que sua margem de lucro atual é de cerca de 25%, o que tem permitido “um crescimento orgânico considerável”.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.