Fitch corta rating de Oi e Portugal Telecom para “junk”

Decisão de colocar as companhias em grau especulativo ocorre após o calote 847 milhões de euros sofrido pela PT, após negócio com o grupo Espírito Santo

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Mais um agravante para o conturbado momento vivido pelas empresas de telecomunicações Oi (OIBR4) e Portugal Telecom foi colocado pela Fitch ao mercado na noite desta quarta-feira (16). A agência de classificação de risco cortou o rating de ambas as companhias de BBB- para BB+, grau especulativo, e retirou as observações negativas. O anúncio, no entanto, já era esperado por alguns especialistas do mercado financeiro.

Em comunicado enviado ao mercado, os analistas da Fitch destacaram que a decisão ocorreu após a companhia brasileira informar sobre o calote milionário sofrido pela PT, empresa com a qual tinha planos avançados de fusão. A empresa portuguesa perdeu 847 milhões de euros após um investimento de curto prazo em uma das controladas do grupo Espírito Santo, do mesmo país.

Nesta sessão, os voláteis papéis preferenciais da Oi tiveram um dia de recuperação após fortes perdas, fechando com alta de 12,82%, a R$ 1,76. Influenciando na momentânea mudança de humor dos investidores com as ações aparece a notícia de que a RioForte, holding da família Espírito Santo, não reembolsou 847 milhões de euros em notas promissórias compradas pela Portugal Telecom que venceram na terça-feira, obrigando à revisão do acordo de fusão com a companhia brasileira, o que levou à redução da participação da portuguesa na empresa resultante da união, a CorpCo, para 25,6%.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.