Faturamento das vendas online cresce 41% no Brasil em 2020; veja 5 tendências vencedoras

Pandemia faz setor de e-commerce ter ano histórico, com melhor crescimento desde 2007

Érico Lotufo

(Shutterstock)
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SÃO PAULO – O faturamento do e-commerce, a compra e venda de produtos pela internet, cresceu 41% em 2020, com mais de 194 milhões de pedidos feitos por consumidores brasileiros no ano. Esse foi a maior alta percentual desde 2007. Segundo dados do estudo Webshoppers (Ebit/Nielsen & Bexs Banco), as vendas somaram cerca de R$ 87,4 bilhões no período, impulsionadas pela pandemia de Covid-19.

“O crescimento do e-commerce foi forçado pela pandemia em partes, por conta do isolamento social e da restrição na abertura do comércio presencial”, disse Marcelo Osanai, diretor de e-commerce da Ebit/Nielsen, ao InfoMoney. “A população brasileira viu que existe outra opção de compra, acessível e cômoda.”

2020 mostrou algumas tendências para as compras online, que devem se repetir ao longo da pandemia. Algumas delas podem ir além do período de isolamento social, inclusive. O InfoMoney listou alguns dos vencedores no e-commerce do último ano, com base na pesquisa da Ebit/Nielsen & Bexs Banco. Confira:

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1. Smartphone como canal de venda

O crescimento de compras por smartphone foi o maior contribuinte para o ano histórico do e-commerce. 55,1% das transações foram feitas por aparelhos móveis, somando R$ 45,9 bilhões em faturamento. É um aumento de 79% em relação a 2019, e de 176% em relação a 2018. Esses números não consideram transações de aplicativos de delivery.

2. Frete grátis para fechar a venda

Segundo a pesquisa, outro fator preponderante para os consumidores foi garantir frete grátis nas compras: 43% das transações não tiveram custo de envio para o consumidor.

3. Compras aceleradas para além do Sudeste

O Nordeste teve grande crescimento no segmento, com 31,7% do aumento total de 2020 vindo de consumidores nordestinos. Agora, a região é responsável por 18,5% do faturamento de e-commerce no Brasil, o dobro da participação vista em 2019.

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4. Lojas de departamento e de artigos esportivos

As lojas de departamento, como Americanas e Magazine Luiza, concentraram 84,3% das compras online em 2020. Lojas de artigos esportivos, o segundo segmento mais popular, geraram apenas 2,8% do faturamento.

“São tipos de lojas que foram muito afetadas pelas restrições”, explica Osanai. “A alternativa para esses consumidores que iam aos grandes shoppings ou ao comércio de rua foi buscar os mesmos produtos no e-commerce.”

5. Encontrar lojas por buscadores e redes sociais

Redes sociais e sites de busca lideram como expoentes de produtos ao consumidor. No segmento de Casa e Decoração, 55% do faturamento total do setor veio de consumidores que encontraram as lojas a partir desses locais. Outros setores beneficiados pelas redes sociais foram Roupas e Calçados, com 44% do faturamento, e Perfumaria, com 38%.

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Tecnologias estão chegando, mas devem ser focadas no cliente

Segundo Osanai, o e-commerce se consolidou de vez no Brasil e não será abandonado quando a pandemia de Covid-19 se encerrar. “A experiência física não se elimina, porque ainda é uma experiência prazerosa e diferente. Ao mesmo tempo, o e-commerce dá outros benefícios que o varejo tradicional nunca vai ter.”

Agora, as lojas online vão procurar investir em novas tecnologias para segurar consumidores. Em curto prazo, Osanai acredita no uso de inteligência artificial e do aprendizado de máquina (machine learning) para otimizar processos de estoque e cadeia produtiva.

Em longo prazo, o diretor de e-commerce da Ebit/Nielsen destaca a entrada de realidade virtual e aumentada. “Essas novas tecnologias vão suprir um pouco o gap que existe entre a experiência real e virtual”, afirmou.

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No entanto, existe algo que essas lojas nunca vão poder deixar de lado: o foco na experiência do consumidor. “Sem isso, não vamos conseguir reter esse cliente. O e-commerce veio para ficar, mas existe todo um trabalho por parte dos lojistas, dos vendedores e das marcas de garantir a recorrência do consumidor através de uma experiência positiva na hora da compra.”