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SÃO PAULO – O ex-presidente do grupo Silvio Santos e do Conselho de Administração do Banco Panamericano (BPNM4), Luiz Sandoval, apontou dois nomes como possíveis responsáveis pela fraude financeira de R$ 2,5 bilhões que levou o banco a realizar um pedido de empréstimo ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito), dando como garantia os bens do patrimônio do Grupo Silvio Santos.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Sandoval indicou o ex-vice-presidente financeiro Wilson Roberto de Aro e o contador Marco Antônio Pereira Silva como os principais arquitetos da fraude.
De acordo com o ex-presidente, o contador explicou que a diferença contábil aconteceu porque eram vendidas carteiras de empréstimos a outros bancos sem que fosse feita a baixa completa no ativo. Conforme o exemplo citado por Silva, a operação acontecia da seguinte forma, era vendida uma carteira de R$ 100 mil, mas só realizada baixa de R$ 80 mil, ficando assim R$ 20 mil no ativo gerando receita, o que produzia um lucro irreal.
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Segundo Sandoval, o contador realizou esse tipo de operação a mando do Wilson de Aro, que, por sua vez, explicou que o que o motivou a tomar tal atitude foi a dificuldade que o banco estava enfrentando durante a crise de 2008, momento em que a instituição estava perto de chegar a um patrimônio líquido negativo.
Ato de gestão
Em sua defesa, Sandoval explicou que o que aconteceu no banco foi um ato de gestão e que nem ele nem o Silvio Santos participavam da gestão da empresa. Afirmou ainda que não descia na contabilidade, uma vez que “para essas coisas tem a diretoria”.