Escolha de Luciano Coutinho para Conselho da Petrobras decepciona o mercado

Pensamento é que mais uma vez se perdeu a chance de escolher um nome pró-mercado, sem ligações com o governo

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A escolha de Luciano Coutinho, presidente do BNDES, para presidir o Conselho de Administração da Petrobras (PETR3; PETR4) parece não ter agradado aos investidores e analistas. A ideia que está sendo utilizada é que mais uma vez o governo perdeu a chance de escolher um nome pró-mercado, que poderia ajudar a melhorar a imagem da companhia, mesmo que no curto prazo.

A expectativa do mercado é que Murilo Ferreira, CEO da Vale, fosse o escolhido para ser o novo presidente. Há quem acredite que ele ainda poderá ser eleito, já que, segundo comunicado da estatal, a decisão sobre Coutinho é válida apenas até abril, quando ocorre uma nova reunião do Conselho. Mesmo assim, analistas acreditam que no próximo mês não deve ocorrer nenhuma mudança nesta decisão.

Em Nova York, os ADRs (American Depositary Receipt) da Petrobras, negociados com o código PBR tiveram perdas de 1,90%, a US$ 5,68, após terem recuado 3,98% no pregão regular. Com isso, fica uma expectativa para uma possível queda das ações da estatal na Bovespa na abertura do pregão desta sexta-feira (27). Hoje, os papéis ON da companhia recuaram 5,04%, a R$ 9,23, enquanto os preferenciais caíram 4,97%, para R$ 9,35.

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“Notícia negativa. Esperava-se um profissional mais isento. Mais uma vez o governo perde a oportunidade de indicar alguém mais pró-mercado e não alguém do governo”, disse a equipe da XP Investimentos. Vale lembrar que a mesma sensação atingiu o mercado quando Aldemir Bendine, que estava no Banco do Brasil, foi escolhido para ser presidente da companhia, no que muitos analistas chamaram de “mais uma escolha política“. 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.