Em meio à escassez, startups de saúde chamam atenção de investidores

Em volume financeiros de 2022, operações de investimentos em healthtechs só perdem para as tradicionais fintechs

Wesley Santana

Investimentos em healthtechs acompanham comportamento da população. Foto: Pixabay
Investimentos em healthtechs acompanham comportamento da população. Foto: Pixabay

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O mercado de Venture Capital tem sofrido com uma baixa de investimentos há alguns meses, mas algumas áreas sentem menos o peso deste movimento. É o caso das startups de saúde, chamadas de healthtechs.

Segundo um levantamento da plataforma de inovação Distrito, essas startups participaram de 54 operações neste ano, entre investimentos, fusões e aquisições. Esse número faz da saúde a segunda área mais procurada pelos investidores, atrás apenas de fintechs, que mantêm a liderança isolada.

A maior captação que envolveu healthtechs aconteceu em junho, quando a Conexa Saúde recebeu um aporte de US$ 38,2 milhões do Goldman Sachs e General Atlantic. Na sequência, aparecem Dr. Consulta e Medway que receberam US$ 32,5 mi e US$ 14,9 mi, respectivamente.

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No total, foram realizados 21 M&A de startups de saúde durante o ano, com destaque para Vitalk, comprado pela Gympass; e Dr. Jones, adquirida pelo Grupo O Boticário. A Doutor123 também conquistou uma fatia da Pilar.

A categoria de atuação mais beneficiada pelos recursos foi a de telemedicina, seguida por redes de clínicas e acesso à saúde. No caso dos M&A, os destaques foram Gestão e Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP); acesso à saúde; e Inteligência Artificial e Big Data, ainda segundo acompanhamento da Distrito.

Entre 2021 e 2022, houve um declínio de quase 65% – de US$ 563,2 milhões para US$ 187,6 milhões – no volume de investimentos. Por outro lado, a mediana dos aportes cresceu 53%, saltando de US$ 326 mil para US$ 500 mil.

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Por que os investidores estão procurando healthtechs?

Mais que uma tese de investimentos, os aportes em healthtechs se sustentam no comportamento do consumidor braisleiro, que passou a buscar por mais bem-estar físico nos últimos anos. Somado a isso, de acordo com o IBGE, a expectativa de vida da população pode chegar a 79 anos em 2030, o que demanda maiores cuidados dos futuros idosos.

Na avaliação de Antônio Patrus, diretor da Bossanova Investimentos, neste cenário, as startups de saúde estão se fortalecendo por trazerem novidades ao mercado. Ele comenta que os empreendedores têm direcionado esforços a fim resolver problemas antigos com soluções novas, e com isso chamando a atenção dos investidores.

“A cada ano, o setor de health se fortalece por uma questão social. Então, todos estão enxergando excelentes oportunidades para investir em um mercado que só cresce e deve gerar grandes retornos”, pontua.

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Neste ano, o fundo apostou em quatro healthtechs de categorias distintas: Mitfokus, de contabilidade médica, Nina Saúde, de exames diagnósticos; ProBrain, de triagem de habilidades auditivas; e Closecare, de gestão de atestados. A empresa indica que outros dois aportes estão em negociação com expectativas de finalização ainda em 2022.

“Também anunciamos recentemente uma parceria com o Hospital Dona Helena, no sul do país, formando um grupo de investimentos para aportar só em startups do setor de saúde. A tendência é que isso acelere ainda mais os nossos investimentos em healthtechs entre o fim deste ano e o primeiro semestre de 2023”, conclui.