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SÃO PAULO – Elie Horn, fundador da Cyrela e filântropo, acredita que a inovação estimulada pela crise de Covid-19 traz um legado mais positivo que negativo para o setor de construção civil. “O mal é o bem disfarçado, no fim vai ficar bom para nós”, disse ele em transmissão promovida pela XP Investimentos nesta quinta (30).
O grande destaque nesse sentido é o uso de tecnologias em todas as fases da obra. “As obras vão ser mais rápidas, as vendas vão melhorar com o atendimento online”, exemplifica. “Essa crise nos ensinou a ser mais eficientes, mais econômicos, e temos de nos reinventar, se não corremos o risco de ficar para trás”, comentou, antes de fazer a ressalva: “O problema são as mortes que acontecem, isso não tem como compensar.”
A transmissão contou com a participação de Rubens Menin, fundador e CEO da MRV, além de Pedro Mesquita, head de Investment Banking da XP, e Guilherme Ávila, chefe da cobertura do setor imobiliário na XP. Assista ao vídeo completo acima.
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Menin também está confiante da retomada do setor após a crise e acredita que a entrega de imóveis anual no Brasil está atualmente na metade do nível ideal. “Entregamos 600 mil unidades por ano. Temos de entregar 1,2 milhões – e por muito tempo ainda. Tenho certeza absoluta que esse setor vai ser o primeiro a voltar [depois da crise]”, afirmou.
De acordo com o executivo mineiro, os canteiros de obra no país estão entre os mais protegidos por medidas sanitárias no mundo, são “melhores que os dos Estados Unidos”. Além das inovações nas obras e vendas, ele destaca uma potencial melhora na burocracia, com soluções online para cartórios, por exemplo. “Fizemos um estudo com a FGV. A burocracia corresponde a 12% do custo do imóvel – isso é repassado, a gente não faz mágica”, aponta.
Filantropia
Para ambos, o momento deixa mais clara a necessidade de praticar filantropia. Tanto a Cyrela como a MRV têm hoje a iniciativa de doar uma parcela de seu lucro através de instituições próprias. Horn e Menin também atuam em organizações sem fins lucrativos como pessoa física.
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“As empresas no segundo semestre vão estar em voo de cruzeiro, com um ou outro setor com mais dificuldade”, apostou Menin. “Mas os problemas sociais vão demorar mais para ser sanados, e as empresas vão ter que ser solidárias.”
Para Horn, “o empresário é obrigado a tomar conta dos seus funcionários” e as pessoas têm de aprender a “doar sempre, não só na crise”, pois “se a gente não fizer nossa parte em termos do social, corremos o risco de ficar pobres na eternidade.”