SÃO PAULO — Apesar da trajetória de crescimento nos últimos anos, o número de mulheres no mercado financeiro ainda é baixo quando comparado ao de homens. Segundo dados da B3, até outubro deste ano, a bolsa de valores registrava cerca de 1,53 milhões de investidores pessoas físicas registrados em seu sistema, sendo que apenas 22,69% desse número era do sexo feminino.
No mercado de trabalho do setor, o cenário não é muito diferente. Segundo Roberta Paffaro, diretora de desenvolvimento de mercado do CME Group, as mulheres ainda são minoria em relação aos homens no mercado financeiro, especialmente em cargos de gestão.
“Ainda há uma diferença bem grande entre os sexos. Já faz um tempo que o mercado deixou de ser um ambiente reservado apenas para homens, mas ainda precisamos de mais mulheres em cargos de liderança”, afirmou Roberta.
Diante desse cenário de desigualdade entre os gêneros, Roberta e suas colegas executivas Ticiane Figueiredo, Mariely Biff e Andrea Cordeiro, enxergaram a necessidade de trazer o tema para debate e reuniram 50 histórias de trajetórias inspiradoras de mulheres que enfrentaram desafios e tiveram de superar barreiras até se tornarem referência no agronegócio. Essas histórias foram concentradas em um livro que recebeu o nome “Mulheres do Agro: inspirações para vencer desafios dentro e fora da porteira”.
“Escolhemos focar mais no agronegócio por ser um ponto em comum entre nós quatro. No entanto, a mensagem geral vale para qualquer outro segmento de mercado. As mulheres são importantes aceleradoras das inovações que conduzem a economia e precisam ser reconhecidas por isso”, disse Roberta.
O assunto “representatividade feminina no mercado do agronegócio e financeiro” foi tema também de um jantar exclusivo promovido pelo InfoMoney na terça-feira (26/11). O evento foi exclusivo para alunos do MBA Broker Global, da instituição em parceria com o Ibmec e contou com a presença de Roberta e Ticiane.
Durante o bate-papo, as autoras destacaram inclusive a importância da figura masculina no processo de redução da desigualdade entre os gêneros. “Quando um homem consegue entender a dificuldades que a mulher encontra no mercado e se abre para enxergar o benefício de trabalharmos em conjunto, os resultados são infinitamente melhores”, afirmou Ticiane durante o evento.
O jantar aconteceu em um restaurante na Zona Sul de São Paulo e, para a aluna Gieli Gonzales Gomes, contribuiu para a troca de experiências e a discussão sobre o tema. “Foi uma conversa excepcional e uma vivência enriquecedora. Eu acredito que a educação é a chave para vencer qualquer desigualdade e foi muito bom ver tanta gente trabalhando para que a gente caminhe para um mundo melhor”, afirmou.
Roberta, que participou em uma das aulas especiais do MBA, disse que o ideal é que o mercado financeiro e o do agronegócio caminhem para uma direção em que não seja mais necessária a existência de debates como esses, e ressaltou que a desigualdade de gênero não é uma exclusividade dos setores.
“É importante que a sociedade como um todo tenha um entendimento de que é preciso reduzir essa desigualdade entre homens e mulheres. Temos vários números que provam que isso é benéfico para todos, inclusive para a economia. Então, por que não mudar?”, questionou Roberta.
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