Copom discutia inconsistências no sistema financeiro desde julho, diz Meirelles

Presidente do BC confirma que rombo de R$ 2,5 bilhões do PanAmericano estava sendo apurado pelos órgãos reguladores há tempos

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Em reunião com economista nesta quinta-feira (25), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que a autoridade monetária tinha informações sobre uma “inconsistência contábil” no sistema financeiro já no final do primeiro semestre e que as condições foram discutidas nas reuniões de julho e setembro do Copom.

Após a constatação, “houve um certo período de tempo para fazer uma pesquisa sobre o ocorrido por instituição a instituição, carteira a carteira, até dimensionar o valor real do problema (R$ 2,5 bilhões) e o fato que estava concentrado em um banco só”, revelou Meirelles sobre o problema como o banco PanAmericano (BPNM4).

Mais importante que resolver o caso, o presidente do Banco Central apontou os benefícios entre a troca de informações diretas entre a autoridade monetária e os órgãos de regulação financeiros. “Sabia-se que era um risco potencial e importante para as condições de crédito futuras (…). A versão integrada funcionou bem neste caso e em 2008, ao contrário de outros países, onde não há tanta junção entre BC e órgãos reguladores”.

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Para finalizar, Meirelles enfatizou que nem todas as informações sobre o fluxo do sistema financeiro estão disponíveis ao mercado, devido às leis de sigilo bancário. Contudo, quando tornam-se públicas, é dever do Banco Central apurá-las, afirmou.

Fraude do PanAmericano
Vale lembrar que a fraude apontada no banco PanAmericano foi revelada ao mercado somente em 9 de novembro, quando, em nota oficial, o Grupo Silvio Santos, seu acionista controlador, realizou um aporte de capital de R$ 2,5 bilhões, obtidos através de operação contratada com o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) integralmente garantida por bens do patrimônio do grupo.