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Líderes de países em desenvolvimento aproveitaram seus momentos de palanque na Conferência do Clima (COP27), no Egito, para criticar o governo de nações ricas e empresas petrolíferas por impulsionarem o aquecimento global e exigiram que países que lucraram com isso paguem pelos dados causados às suas economias.
“A indústria de petróleo e gás continua a ganhar quase US$ 3 bilhões diariamente em lucros. Já está na hora dessas empresas pagarem um imposto global de carbono sobre seus lucros como fonte de financiamento para perdas e danos”, disse Gaston Browne, primeiro-ministro de Antígua. Browne falou em nome dos Pequenos Estados Insulares em desenvolvimento, um grupo de nações que enfrentam desafios particulares e semelhantes, resultantes de suas características geográficas, da dependência econômica externa e da vulnerabilidade a desastres naturais e finalizou dizendo: “Enquanto eles estão lucrando, o planeta está queimando”.
Macky Sall, presidente do Senegal, afirmou que as nações em desenvolvimento precisam de mais financiamento para adaptação ao acirramento das mudanças climáticas. Sall afirmou ainda que uma mudança imediata no consumo de combustíveis fósseis poderia prejudicar o crescimento econômico do país. “Sejamos claros: somos à favor da redução das emissões. Mas nós, africanos, não podemos aceitar que nossos interesses vitais sejam ignorados”, disse.
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O dia ainda contou com dezenas de outros chefes de governo, mas China, Índia e Estados Unidos, alguns dos maiores poluidores do mundo, não participaram das discussões.
Tributação
O secretário-geral da ONU, António Guterres, sugeriu que os governos tributem lucros inesperados de empresas de combustíveis fósseis e redirecionem o dinheiro para pessoas que lutam com o aumento dos preços de alimentos e energia, assim como para países que sofrem ‘perdas e danos’ causados pela crise climática.
Guterres adicionou que “os impactos mortais das mudanças climáticas estão aqui e agora” e afirmou que “perdas e danos não podem mais ser varridos para debaixo do tapete”.
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Segundo o secretário-geral, este acerto financeiro seria “um imperativo moral e uma questão fundamental de solidariedade internacional e justiça climática” e afirmou que países que “menos contribuem para a crise climática estão colhendo o turbilhão semeado por outros”.
Para o secretário-geral, obter resultados concretos sobre perdas e danos é um “teste decisivo” do compromisso dos governos com o sucesso da COP27.
(com informações da Reuters e da ONU News)