Com endividamento crescente, mercado de CDS vê Petrobras como “junk”

Segundo dados da Bloomberg, alavancagem da petroleira é o maior entre as empresas do setor com valor de mercado acima de US$ 50 bilhões

Paula Barra

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SÃO PAULO – A Petrobras (PETR3; PETR4) está sendo tratada como “junk” – nível considerado como lixo – pelos operadores de derivativos, informa a agência de notícias Bloomberg. Isso porque a petroleira está se endividando mais para financiar o recorde de gasto de US$ 237 bilhões.

A alavancagem da empresa, medida pelo indicador dívida líquida/Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), é de 3 vezes – a maior entre as petroleiras com valor de mercado acima de US$ 50 bilhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Com isso, o custo para proteger a dívida da Petrobras por cinco anos usando CDS (Credit Default Swaps) quase dobrou neste ano para 280, ou em 11 pontos-base, indo para o maior nível entre as 20 petrolíferas integradas no mundo. 

Diante disso, o rating implicado nos CDS da Petrobras caiu um nível em maio e provável que siga descendo caso os contratos continuem rondando o nível mais alto desde 2009, o último ano de contração de economia brasileira contraiu.

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Na semana passada, a agência de classificação de risco Fitch disse que os títulos da estatal indicam rating de “BB+”, um nível abaixo do grau de investimento e dois abaixo da nova “BBB” da Petrobras, enquanto a Moody’s tem nota “A3”, com perspectiva negativa para possível rebaixamento. “Nós vemos o CDS como provalmente o comentário mais em tempo real sobre como os credores estão vendo o risco”, disse Thomas Coleman, analista da Moody’s Investors Service, por telefone de Nova York, à Bloomberg.