Após duas captações em 2022, a Mills (MILS3) entra em 2023 cautelosa pelo cenário macroeconômico, mas de olho em oportunidades de M&A (fusões e aquisições), segundo Caroline Pepe Leonard, CFO do grupo. A companhia tem baixa alavancagem e espera forte crescimento para este ano, com abertura de novas filiais, o que impulsiona a unidade de plataformas, e apostando no potencial da linha amarela.
“A gente aproveitou um bom momento em 2022 para se capitalizar de maneira estratégica e entrar em 2023 mais preparados para aproveitar essas oportunidades [que decorrem da taxa de juros alta]. De uma certa forma, a gente também está numa posição relativamente favorável em relação à taxa de juros, dada a nossa baixa alavancagem, de 0,2x a relação entre dívida líquida e Ebitda, e com isso nossa despesa financeira pesa menos no resultado de forma geral”, afirmou a executiva.
Ela participou do Por Dentro dos Resultados, projeto no qual o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Os executivos falam sobre o balanço do quarto trimestre e ano fechado de 2022 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.
“A gente não tem pressa para alavancar a companhia. Estamos focados no crescimento, mas sem pressa de alavancagem. Dado o cenário macroeconômico, a gente entende que esse aumento da alavancagem precisa ser consciente para fazer funding ao crescimento, lembrando que a gente tem uma forte geração de caixa”, completou Caroline.
A Mills abriu 15 filiais no ano passado e, segundo a CFO, deve abrir entre 8 e 10 novas filiais em 2023. “Se a gente pegar nosso resultado do quarto trimestre anualizado, ele já chega a quase R$ 600 milhões de Ebitda, versus R$ 512 milhões que a gente teve no ano de 2022. Então, a gente já vê essa escalada de crescimento, esse maior patamar de crescimento e de volume de vendas acontecendo”, afirmou.
Segundo a CFO, a Mills está analisando oportunidades de crescimento orgânico, mas também inorgânico, via aquisições. “A gente entende que os movimentos de M&A agregam muito para o dia a dia do negócio, principalmente quando você fala de linha amarela, que é um mercado novo que a gente entrou. Esse M&A acaba trazendo know-how, novos contratos, um conhecimento importante para a companhia”, disse Caroline.
“Dependendo das oportunidades que surgirem durante o ano, a gente pode se alavancar um pouco mais, mas sempre com cautela. Então, pode ser que tenha alguma captação a mercado”, completou. Em julho de 2022, a Mills comprou a Triengel por R$ 360 milhões, entrando na chamada linha amarela, mercado de locação de retroescavadeiras, tratores e motoniveladoras.
A executiva falou ainda sobre a normalização das importações de equipamentos após os atrasos observados desde a pandemia, sobre gestão diligente de custos, investimentos, sobre como a reforma tributária pode atingir a companhia, assim como as obras de infraestrutura leiloadas pelo governo para os próximos anos. Caroline comentou também sobre pagamento de dividendos e proteção dos contratos em relação à inflação. Veja a entrevista completa no player acima, ou clique aqui.