CDS da Vale dispara 24% em um mês, três vezes acima da média do setor

Quanto maior o preço negociado do CDS, maior a chance da companhia "dar um calote" nos credores

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O preço de negociação do CDS (Credit Default Swap) da Vale (VALE3;VALE5) registraram forte alta em outubro, contrariando a melhora no sentimento para o setor de mineração global, de acordo com recente estudo da Fitch Solutions. 

Os CDS são tipos de contratos derivativos de crédito que são usados como forma de proteção à inadimplência; quanto maior o valor pago, maior a chance da companhia dar um calote nos seus credores. De acordo com estudo da agência de classificação de risco, os preços dos CDS teriam aumentado 24% em apenas um mês, três vezes acima dos 8% das produtoras de matérias-primas pelo mundo. 

Conforme destacou Diana Allmendinger, diretora da Fitch Solutions, é a primeira vez que os CDS da Vale têm um desempenho inferior em relação ao setor desde 2008. O volume de negociação dos CDS também aumentaram, elevando a liquidez dos ativos. 

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Com base nos níveis atuais dos preços de negociação do CDS, a Ficth calculou que as notas de crédito da companhia estariam em nível especulativo BB+, enquanto o seu rating real é BBB+, três degraus acima. 

Vale ressaltar que as mineradoras ao redor do mundo enfrentam temores em meio à desaceleração da economia chinesa, além de terem sofrido em meio às expectativas para as resoluções do Partido Comunista do país sobre os rumos da economia. Neste cenário, a Vale realizou diversos desinvestimentos, com destaque para a venda de todas as ações que detinha da Norsk Hydro, angariando US$ 1,82 bilhão. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.