Caixa para startups caiu pela metade no semestre, mas Brasil fez primeiro unicórnio do ano

Embora aportes estejam no menor patamar desde 2018, Pismo conseguiu negociar valuation de US$ 1 bi com Visa

Wesley Santana

Daniela Binatti, Ricardo Josua, Juliana Motta e Marcelo Parise, cofundadores da Pismo (Divulgação)

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Um relatório da plataforma Distrito, divulgado nesta segunda-feira (3), mostrou que os investimentos em startups caíram 49% no primeiro semestre de 2023. As startups brasileiras conseguiram levantar o equivalente a US$ 778 milhões nos seis primeiros meses ante US$ 1,5 bilhão captados no segundo semestre do ano passado.

O número também é negativo na comparação anual, dado que os aportes de capital de risco somaram quase US$ 3 bilhões de janeiro a junho de 2022. Esse foi, portanto, o pior índice semestral desde 2018.

Houve também baixa nas rodadas de investimentos, que caíram de 541 para 299 no intervalo de  doze meses. Os principais destaques deste ano foram os aportes da Origo Energia (US$ 145 milhões), Digibee (US$ 60 milhões) e Daki (US$ 50 milhões).

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Ainda conforme o documento, na paridade trimestral, houve uma leve baixa, de US$ 393 mi em março para US$ 384 mi em junho. Entre esses resultados, a diferença foi de apenas 5 negócios.

Para Gustavo Gierun, cofundador e CEO do Distrito, esse resultado tem relação com o cenário global de aperto monetário que continua impactando o apetite por investimentos de risco. “Mas temos observado uma leve melhora, com a quantidade de negócios mantendo-se estável e o volume de investimento aumentando.

As fintechs continuam tendo preferência dos investidores, por isso levantaram US$ 186 milhões. No entanto, as energytech estão galgando seu espaço e conseguiram US$ 149 milhões.

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“Observamos que o mercado de investimentos em late stage tem gradualmente retomado o fluxo, impulsionando o volume total de investimento”, comenta Gierun.

Novo unicórnio

Apesar dos números nada positivos, já no fim do semestre, o Brasil ganhou sua primeira startup unicórnio do ano. Trata-se da fintech Pismo, que foi comprada por US$ 1 bilhão pela empresa de cartões Visa.

Além deste movimento, foram registradas outras 60 fusões e aquisições no mercado de startups durante o período. Outros destaques são Refera (adquirida pela Softplan), 7AZ (Bemobi), Box Delivery (Rappi) e Vale Saúde (Vivo Telefônica).

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Com isso, o número de M&A caminha para ser próximo do que foi no ano passado, resultando em 119 rodadas. Se confirmado, essas transações continuam em patamares bastante elevados se comparado aos anos anteriores a 2020.