Banif eleva recomendação das ações da Sabesp para compra

Nova estrutura de reajuste tarifários pode melhorar rentabilidade da empresa e ajudar expansão de serviços

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A Banif elevou a recomendação para as ações da Sabesp (SBSP3) de neutra para compra, aumentando também o preço-alvo para R$ 76,00 – um potencial teórico de valorização de 18,38% frente ao último fechamento. Os analistas Vicente Koki e Renata Cristovão, destacam que essa atualização do preço se deu por conta da iminente alteração na estrutura tarifária no estado de São Paulo. 

A recomendação de compra também se mantém para a Copasa (CSMG3), com preço-alvo de R$ 53,00, um potencial teórico de valorização de 25,74% na mesma base comparativa. Os analistas afirmam, contudo, que uma nova estrutura tarifária no estado de Minas Gerais só deve ocorrer depois de 2014.

É válido destacar que essas duas ações apresentam duas altas consistentes nos últimos meses. SBSP3 já apresenta alta de 52,93% desde o início de outubro, enquanto CSMG3 teve ganhos de 41,68% frente ao último fechamento de setembro. Nesse mesmo período, o Ibovespa, principal benchmark da bolsa, avança apenas 26,31%.

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Nova estrutura tarifária em São Paulo
“Entendemos que há uma oportunidade para as ações da Sabesp, considerando-se o médio prazo”, destaca os analistas da corretora. Isso ocorre por que uma nova metologia para as tarifas deve ser determinada pela agência reguladora, a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo), até maio. Ela então deverá ser aplicada no reajuste tarifário de agosto.

Koki e Renata acreditam que essa nova metologia deve atribuir um retorno para a base de ativos e assim, virar maiores reajustes tarifários. Para eles, isso deverá fortalecer as chances de aumentar a disponibilidade de saneamento para a população, fazendo com que a universalização desse tipo de serviço esteja mais próximas. 

Essa melhor remuneração é importantíssima para a expansão do saneamento, já que boa parte dos investimentos seriam financiados pela geração de caixa. “Essa metologia pode significar também queda no custo de captação das empresas”, afirmam, lembrando que os novos reajustes seriam definidos por cálculos matemáticos, e não decisões políticas.

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Além disso, eles destacam que pode haver uma nova redefinição de faixas de tarifas – atualmente existem mais de 30. Isso faria com se otimizasse a cobrança, e consequentemente, o faturamento da empresa.

Resultados nas empresas
Essa nova estrutura, porém, resultaria em um preço inicial alto, que seria implementado apenas gradualmente nos reajustes tarifários, e não de uma única vez. A equipe de análise lembra que preços mais altos teriam como efeito reduzir desperdícios de água por parte dos consumidores.

Isso faria com que o setor de saneamento ficaria similar ao setor elétrico, também defensivo, pela existência de uma remuneração da base de ativos, estímulo aos custos e despesas eficientes e revisões periódicas para a determinação da tarifa. Contudo, essa revisão teria efeitos apenas na Sabesp, já que a Copasa necessita esperar até 2014 para a Arsae-MG (Agencia Reguladora de Servicos de Abastecimento de Agua e de Esgotamento Sanitario do Estado de Minas Gerais) revisar as estrutura tarifária.