Banco PanAmericano: R$ 2,5 bilhões são suficientes para cobrir perdas, diz BC

Montante representa o valor necessário para "tampar o rombo" com as operações ilegais e manter o patrimônio líquido do banco

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Banco Central garantiu nesta quarta-feira (10) que os R$ 2,5 bilhões injetados no Banco PanAmericano (BPNM4) são suficientes para cobrir as perdas resultantes das fraudes contábeis aparentemente ocorridas.

A autoridade monetária não confirmou, mas diz haver fortes indícios de que os balanços do banco foram manipulados. De acordo com Alvir Hoffmann, diretor de fiscalização do BC, estas inconsistências se deram pela venda duplicada de algumas carteiras de crédito e também pela ausência da baixa destas no balanço do PanAmericano.

“O buraco que tinha está resolvido e o banco segue com suas operações normal”, disse Hoffmann a jornalistas em coletiva realizada na tarde desta quarta-feira (10). O diretor explicou que os R$ 2,5 bilhões aportados pelo Grupo Silvio Santos representam o valor necessário para “tampar o rombo” com estas operações ilegais (R$ 900 milhões) e manter o patrimônio líquido do banco (R$ 1,6 bilhão).

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No caso das vendas duplicadas, Hoffmann garantiu também que não haverá impacto aos credores, já que o valor injetado pelo Grupo Silvio Santos absorverá estas perdas. “O único que perde é o dono do banco”. Ainda de acordo com o diretor do Banco Central, fundos de investimentos, fundos de pensão, outros bancos depositários são os principais credores do PanAmericano.

Patrimônio do Grupo Silvio Santos foi fundamental
O aporte de R$ 2,5 bilhões feito pelo Grupo Sílvio Santos foi contratado junto ao FGC. Pela manhã, o presidente do conselho de administração do fundo, Gabriel Jorge Ferreira, declarou que as conversas foram realizadas diretamente com o empresário Silvio Santos, tendo este colocado as principais empresas do grupo como garantia direta – o banco, a emissora SBT, além da Jequiti, do Baú da Felicidade e da Liderança. 

“O fato de este empresário [Sílvio Santos] ter um patrimônio que garantisse o levantamento do crédito junto ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito) foi fundamental para a realização da operação”, disse Hoffmann na coletiva. Ainda de acordo com o diretor, não houve negociação do Banco Central junto ao FGC neste caso.