Publicidade
A B3 lançou um programa de formação para ampliar a presença de negros em conselhos empresariais. A ideia é aumentar a participação deste público em cargos decisórios, além de promover a equidade e inclusão racial nas lideranças.
O projeto, que vai receber 30 pessoas neste primeiro momento, foi anunciado na quinta-feira (13) e busca preencher uma lacuna ainda existe no Brasil. De acordo com uma pesquisa do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), a maioria das companhias possui menos de 11% de negros em funções executivas, como presidência e diretorias.
Em outros países, a situação é um pouco melhor, mesmo que a proporção de negros e negras na população seja menor. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde esse grupo representa 13%, as iniciativas que promovem a diversidade nos cargos de liderança são mais avançadas.
Continua depois da publicidade
“O Brasil está no caminho certo, mas ainda estamos na jornada”, explica Gilberto Costa, diretor executivo do Pacto de Promoção da Equidade Racial. “Muitos países investiram em empreendedorismo negro, então, é natural encontrar empresários e líderes negros, o que é diferente no Brasil”.
Ele ressalta, também, que a diversidade é importante até para os negócios de uma empresa, que consegue entender seus consumidores e a sociedade geral, que é miscigenada. “Se você tem um conselho de administração formado por pessoas que têm o mesmo padrão, é pouco provável que essa empresa tenha uma mentalidade diversa e consiga tomar decisões diferentes”, comenta.
Como vai funcionar o programa
A B3, o IBGC e a Iniciativa Empresarial pela Equidade Racial selecionaram 30 alunos negros para participar desta primeira edição do programa de formação. Ao todo, serão 13 aulas presenciais e online, com mentoria ao final da etapa.
Continua depois da publicidade
A previsão é que o curso seja finalizado em 21 de novembro, quando deve ocorrer um Toque de Campainha pela Equidade Racial na sede da bolsa, em São Paulo. As jornadas falarão sobre: Missão do Conselho de Administração e Papel dos Conselheiros; Ética e Sustentabilidade; Riscos e Compliance; e Responsabilidade dos Administradores.
As instituições envolvidas no projeto afirmam que esse é um primeiro passo no fomento à cultura inclusiva nas organizações e que ele deve ser recorrente. Ainda não há data para a próxima edição.
Para Gilberto Costa, projetos do tipo são essenciais, pois mostram como as organizações da sociedade civil estão se unindo para lutar contra a desigualdade racial. “Iniciativas como essa são valiosas e mostram o grau de maturidade que nós conseguimos ao longo do tempo”, complementa.