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SÃO PAULO – Após um dos piores semestres da história do setor aéreo, mais uma grande empresa anunciou que não conseguiu manter-se em pé durante a crise do novo coronavírus. A Avianca Brasil, oficialmente chamada de Oceanair Linhas Aéreas, pediu falência à Justiça Brasileira.
Segundo informações do colunista Rogério Gentile, do UOL, a empresa disse não ter mais condições de cumprir o plano de pagamento aos credores – uma dívida estimada em cerca de R$ 2,7 bilhões. Vale lembrar que a companhia já estava em recuperação judicial desde 2018 e vinha, desde 2019, tentando renegociar suas dívidas.
Com o avanço da pandemia pelo mundo, 2020 tornou-se um dos anos mais difíceis para as companhias aéreas e empresas de turismo no geral. Uma pesquisa da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, na sigla em inglês) calcula perdas de até US$ 113 bilhões este ano com epidemia, com grandes aéreas encolhendo até 30% em valor de mercado na Europa e nos EUA.
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Em maio de 2019, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já havia suspendido os voos da companhia em território nacional, alegando temer falta de capacidade da empresa para realizar suas operações com segurança.
Também em 2019, no mês de novembro, o escritório de administração judicial Alvarez & Marçal, responsável por acompanhar e mediar o plano de recuperação da Avianca Brasil, recomendou que a companhia decretasse a falência, alegando que não vislumbrava condições para a retomada da empresa.
“Os rumos tomados pela recuperanda [Avianca] parecem tornar inviável a manutenção da recuperação judicial, em face do completo esvaziamento da atividade empresarial”, disse a empresa em nota à época dos fatos.
O InfoMoney entrou em contato com a assessoria de imprensa da Avianca Brasil para confirmar a veracidade dos fatos acerca da falência da companhia aérea. Segundo nota da companhia, a Avianca Brasil (Oceanair) é uma empresa independente da Avianca Holdings (AVH) e não está relacionada à AVH e suas subsidiárias.
Confira abaixo a nota na íntegra:
“Com relação às recentes notícias relacionadas à Oceanair, a Avianca Holdings permite-se informar que: como já indicado em diferentes ocasiões, a Oceanair é uma empresa totalmente independente da Avianca Holdings (AVH) e portanto essa situação não está relacionada à AVH e suas subsidiárias.
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O relacionamento existente entre Avianca Holdings e a Oceanair limitou-se à autorização por contrato para o uso da marca “Avianca Brasil”, o qual terminou em agosto de 2019.
Após a retomada das operações aéreas na região, a Avianca Holdings divulgará sua oferta de conectividade de e para o Brasil, via Bogotá, de acordo com a demanda do mercado.”
Recuperação Judicial em Nova York
Em maio deste ano, a Avianca Holdings entrou com pedido de recuperação judicial em Nova York, sem conseguir arcar com suas dívidas, no que seu CEO, Anko van der Werff, chamou de “crise mais desafiadora de seus 100 anos de história”.
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Em um comunicado, a companhia diz que o pedido foi necessário “pelo imprevisto impacto da pandemia de Covid-19, que resultou em um declínio global de 90% no tráfego de passageiros e deve reduzir as receitas da indústria mundialmente em US$ 314 bilhões”.
O pedido de recuperação judicial, segundo a Avianca, visa proteger as operações; garantir que a companhia, responsável por 50% do tráfego aéreo na Colômbia, auxilie na recuperação econômica do país após a pandemia; preservar mais de 21 mil empregos e reestruturar a folha de pagamentos e reestruturar dívidas, leases, pedidos de aeronaves e outros compromissos.