Arezzo (ARZZ3) vai às compras na Europa e investe € 25 milhões em primeiro M&A internacional

Com a aquisição da italiana Paris Texas, varejista de luxo quer pisar no acelerador em sua expansão no exterior

Rikardy Tooge

Alexandre Birman (centro), CEO da Arezzo, e os fundadores da Paris Texas (Divulgação)
Alexandre Birman (centro), CEO da Arezzo, e os fundadores da Paris Texas (Divulgação)

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A Arezzo&Co (ARZZ3) foi a um dos epicentros da moda de luxo na Europa para realizar seu primeiro M&A internacional. A companhia de Alexandre Birman vai pagar 25 milhões de euros – algo próximo a R$ 135 milhões – pelo controle da italiana Paris Texas, uma marca de sapatos femininos fundada em 2015 em Milão.

Do total, 10 milhões de euros serão destinados caixa da Paris Texas para financiar sua expansão, em especial no mercado dos Estados Unidos. Outros 15 milhões de euros vão para os fundadores Annamaria Brivio e Massimo Baltimora, que permanecem com 35% do negócio e seguirão à frente da operação.

O valor do M&A representa múltiplos de 1,9 vez a receita da Paris Texas em 2022 e 11 vezes lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês). O desembolso do capital será imediato por parte da Arezzo.

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“Ao longo dos últimos dois anos, e especialmente 2022, nos dedicamos a olhar o mercado internacional. Buscamos marcas com alto potencial de crescimento, mas tendo a origem ‘made in Italy’”, explica Birman ao InfoMoney.

Paris Texas é a nova investida da Arezzo (Divulgação)
Paris Texas: empresa italiana será reforço na estratégia europeia da Arezzo (Divulgação)

Na avaliação de Rafael Sachete, CFO da Arezzo, a transação, que levou seis meses de negociações, foi “win-win”. Se por um lado, a italiana Paris Texas desejava avançar no mercado americano, onde a Arezzo tem maior penetração e uma operação mais consolidada, a companhia brasileira obtém maior acesso aos lojistas da moda de luxo europeia.

“O mercado de moda nos Estados Unidos é muito ligado às lojas de departamento, enquanto na Europa são mais as boutiques de luxo”, diz o CFO da Arezzo. “O mercado europeu é um pouco mais desafiador, e o Massimo, nosso novo sócio, tem acesso aos principais comerciantes do continente”.

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“Nós percorremos mais de 12 fábricas de sapatos na Toscana. São fábricas que produzem para as maiores marcas de luxo do mundo, e só tivemos acesso a isso por meio da Paris Texas”, acrescenta Alexandre Birman, que também é o CEO da Arezzo&Co.

Ganhando o mundo

A transação acelera o processo de internacionalização em curso da Arezzo&Co, que é dona das marcas Reserva, Ana Capri, Alexandre Birman, entre outras. Rafael Sachete estima que toda a estratégia prevista para a Paris Texas ocorra em 18 meses, tanto na captura de sinergias como no aumento de receita da marca italiana.

“Cerca de 10% das vendas da Paris Texas ocorrem nos Estados Unidos. Nós queremos multiplicar isso”, projeta Sachete, que reforçou foco no crescimento das vendas na Europa e nos Estados Unidos – o mercado asiático, outro grande consumidor de luxo, deverá ficar mais para frente na estratégia da Arezzo.

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Com receita bruta de 15 milhões de euros em 2022, o equivalente a R$ 83 milhões, a Paris Texas tem potencial para quase duplicar o faturamento das vendas internacionais da Arezzo fora dos Estados Unidos. Em 2021, a companhia vendeu R$ 43 milhões no exterior sem contar com o mercado americano – até o terceiro trimestre de 2022, a receita bruta chegou a R$ 44 milhões.

Paris Texas é a nova investida da Arezzo (Divulgação)
Paris Texas é a nova investida da Arezzo (Divulgação)

Atualmente, cerca de 11% do faturamento da Arezzo&Co vem das vendas no exterior, sendo 89% delas concentradas apenas nos Estados Unidos. De janeiro a setembro de 2022, a empresa obteve receita bruta de R$ 3,2 bilhões, sendo R$ 395 milhões vinda do mercado internacional e R$ 351,5 milhões somente dos EUA. Diversificar nossa matriz de receita é um movimento importante”, diz Birman. 

O executivo lembra que os M&As fazem parte da estratégia de crescimento da Arezzo e que novos negócios seguem no radar. Estamos estudando e avaliando novas aquisições, inclusive de fábricas. Sempre mirando deals pequenos, mas com grande potencial, marcas que sejam objeto de desejo”, conclui o CEO.

Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br