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SÃO PAULO – A prisão do empresário Eike Batista foi cercada por controvérsias e polêmicas. Uma delas foi a ida do antes sétimo homem mais rico do mundo para a cadeia comum, uma vez que ele não completou o curso superior, iniciado na Alemanha. Aliás, Eike deixou o presídio Ary Franco, onde ficaria inicialmente e foi transferido para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro a pedido do secretário de administração penitenciária, “a fim de que fosse resguardada sua integridade física”.
Mas a falta do curso superior não gerou questões somente sobre a ida de Eike para qual prisão. Após a detenção de Eike, as empresas que ainda restam no grupo EBX soltaram diversos comunicados – e um deles foi um tanto curioso.
A CCX Carvão (CCXC3) informou que, em seu formulário de referência, colocava Eike Batista como engenheiro metalúrgico, mesmo sem que ele tivesse completado o curso superior. Eike é acionista controlador da CCX,com 56,22% de participação e compõe a diretoria da companhia.
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O crédito constava na seção 12 do formulário, da mesma forma que versões anteriores do documento contemplavam a informação e inúmeros outros documentos de outras companhias também continham esta designação profissional (e/ou as designações “empresário”; “cursou engenharia”; e/ou “graduado em engenharia”). De acordo com a empresa, as informações são reproduzidas conforme fornecidas pelos integrantes do Conselho de Administração. Ou seja, o próprio Eike forneceu essas informações, apesar de, em seu próprio livro “O X da questão”, lançado em 2011, ter afirmado que não tinha completado o curso superior.
Em decorrência do recebimento do ofício, a CCX informou ter consultado imediata e formalmente os assessores diretos de Eike Batista sobre o tema, os quais confirmaram que ele efetivamente cursou engenharia metalúrgica pela Universidade de Aachen, Alemanha, mas não chegou a completar a graduação. “Sendo assim, a companhia está providenciando a adequação desta informação na Seção 12 do Formulário de Referência da Companhia e a reapresentação do referido documento”, destacou.
A empresa ainda esclareceu que em nenhum momento buscou induzir qualquer investidor a erro a este respeito, “inclusive na certeza de que esse não é e nunca foi um elemento determinante para a decisão de investimento na companhia”.
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Entre outros comunicados divulgados nos últimos dias, as petroleiras Óleo e Gás Participações (OGPar) e OGX (OGXP3) e a mineradora MMX (MMXM3) informaram que seus negócios não são afetados pela prisão do empresário. A MMX disse que um novo bloqueio de bens de Eike, anunciado na última semana pela Justiça do Rio de Janeiro, “não está vinculado à companhia” e nem recai sobre os bens da empresa de qualquer maneira.
A OGX ressaltou que Eike não possui mais ações de emissão da companhia e nem exerce nela qualquer função de diretoria ou no conselho de administração. Já a OGPar também disse que Eike não possuía cargos de administração na empresa e ressaltou que existe um acordo que prevê transferência de participação relevante do empresário na companhia para a 9 West Finance “sob determinadas condições”, o que aponta para uma possível redução da fatia dele na empresa.
(Com Reuters)