Apesar do avanço no segmento de celulares, Banif rebaixa Telefônica

Avaliação foi de compra para neutra; já a Planner reforçou sua recomendação para entrada em posição acionária nos papéis

Renato Rostás

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SÃO PAULO – A Telefônica Brasil (VIVT4) demonstrou sua prévia operacional para celulares em 2011 na última segunda-feira (16), registrando 71,55 milhões de clientes móveis ao fim do ano. O número representa um avanço trimestral de 6,79% para o período entre outubro e dezembro.

Enquanto a Planner vê o anúncio como positivo para as ações da empresa, a corretora do Banif acredita que o potencial de valorização está mais limitado para companhia durante 2012, por conta da forte valorização nos últimos 12 meses. Por conta disso, o banco rebaixou a recomendação para os papéis, de compra para neutra.

O preço-alvo para os ativos VIVT4 foi reduzido pela Banif de R$ 60 para R$ 58,50, baixando o potencial teórico de valorização para 16,12% frente ao fechamento de 16 de janeiro. A corretora Planner, por sua vez, manteve esse preço em R$ 69, trazendo um upside a 36,96%.

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Mudança de perspectiva
Segundo Alex Pardellas, da Banif, a concorrência no setor de telecomunicações tem perspectiva de ser cada vez mais acirrada. Entre os motivos, ele cita a liberação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para que as empresas possam também oferecer serviços de TV por assinatura. Adicionalmente, a TIM (TIMP3) finalizou a aquisição da rede de fibra ótica que pertencia à AES, a Atimus, e espera oferecer banda larga com maior velocidade para competir com a Telefônica já no primeiro semestre.

Ele elogia, porém, o desempenho da Vivo dentro do grupo. Isso porque os serviços pós-pago e de dados foram bem importantes para os dados apresentados, crescendo em fatia de mercado controlada, 1,3 ponto percentual e 3,3 p.p., respectivamente. Por falar em market share, a líder continua sendo o braço móvel da Telefônica, que encerrou 2011 com 29,54% de participação, contra 26,46% da TIM.

O problema, segundo o relatório, é que, além de poder enfrentar um ambiente mais agressivo, o rendimento de distribuição de dividendos também vai cair para as ações. Desde janeiro do ano passado, o avanço da cotação foi de 33,3%, ou um terço de valor de mercado, enquanto o pagamento aos acionistas, que historicamente era o mesmo, continua em 100%. Com isso, o yield foi reduzido, e agora é estimado pelo banco próximo a 8,5% para 2012, em relação aos papéis preferenciais.

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Permanecer investindo
Rafael Andreatta, da Planner, aproveitou, em movimento inverso, para voltar a recomendar a compra dos ativos VIVT4. O argumento principal do analista é que a telefonia móvel como um todo deve continuar em expansão, e a Telefônica se beneficia disso por ser líder. Além disso, ainda há sinergias a capturar entre Vivo e Telesp, que devem impactar positivamente os resultados da companhia.

Ao contrário de seu colega do Banif, ele crê que a política de pagamento de dividendos ainda é bem positiva para quem tem posição acionária na empresa. Por fim, Andratta cita o planejamento que a tele tem feito para expandir os serviços e se fortalecer em todo o território nacional como mais um aspecto que pode impulsionar os papéis.