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SÃO PAULO – Apesar da redução na dívida líquida e do fluxo de caixa positivo no quarto trimestre, após melhoras operacionais, analistas continuam reticentes quanto à Marfrig (MRFG3). Para eles, o frigorífico ainda precisa comprovar que consegue cortar sua alta alavancagem financeira.
Além disso, pelo menos seis casas de análise elogiam tanto a receita líquida como o Ebitda (geração operacional de caixa), mas apontam o resultado financeiro negativo como a maior decepção. No período, a conta líquida do segmento chegou a um patamar negativo de R$ 539,5 milhões.
Melhora na eficiência
As margens da Marfrig apresentaram melhora no período. Fernando Ferreira, do Bank of America Merrill Lynch, e Alan Cardoso, do Bradesco, citam os segmentos de bife, por causa de corte de custos e melhoras na exportação, e a Seara, com melhor mix de preços, como as principais responsável pela maior eficiência da companhia entre outubro e dezembro.
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Fernando Labes, do banco J. Safra, ainda avalia como positiva a concentração em alimentos processados e a performance demonstrada durante as vendas de Natal. Ele também acredita que a integração das operações com a Seara já está trazendo resultados positivos.
Resultado financeiro
O resultado financeiro veio com perdas de variação cambial e de derivativos. Carlos Albano, da Citi Corretora, chama o indicador de “surpresa negativa”, e Alexandre Miguel, do Itaú BBA, lembra que a conta foi compensada por impostos diferidos. Albano diz que a dívida líquida só foi reduzida por conta desse fato.
Em termos de alavancagem, o endividamento diminuiu em R$ 84 milhões ao fim de 2011, mas Luiz Cesta e Paulo Prado, da Votorantim Corretora, avisam que o nível ainda é alto. “A alavancagem ainda é uma preocupação, chegando a 4,39 vezes no quarto trimestre”, dizem os analistas.
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Na relação entre dívida líquida e Ebitda, esse número é estimado pelos dois em 3,7x neste ano. Já o Itaú BBA aguarda 3,6x. Esse caminho pode ser traçado, segundo as corretoras, caso a Marfrig continue a apresentar o fluxo de caixa positivo mostrado no quarto trimestre. Foram R$ 704 milhões, contra R$ 311 milhões entre julho e setembro, mas o Safra acredita que, com R$ 229 milhões de investimentos e o resultado financeiro negativo, a conta fica no vermelho.