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A Alpargatas (ALPA4), dona da marca Havaianas, comunicou nesta terça-feira (7), em fato relevante, que Carlos Wizard não realizou o pagamento da primeira parcela do preço remanescente da aquisição de participação na Alpargatas S.A.I.C., nome da operação argentina, no valor de R$ 89,7 milhões.
O pagamento deveria ter acontecido ontem, dia 6, conforme estabelecido no acordo de compra e venda celebrado em setembro de 2018.
A empresa dona dos famosos chinelos afirmou ainda que, em razão do descumprimento do acordo, declarou o vencimento antecipado das parcelas restantes do preço remanescente e entrou com processo de execução judicial, que atualmente tramita sob segredo de justiça, e visa a execução do montante de R$ 266.070.438,92.
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A Companhia também informou que Wizard instaurou procedimento arbitral junto ao Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC) para discutir o descumprimento do acordo pelas, e informou que acredita que os pedidos de Wizard são infundados.
Em contrapartida, Wizard, em nota enviada ao InfoMoney, informou que procurou a companhia ao longo do ano passado para ajustar o preço de aquisição. “Por discordar do valor estimado do saldo remanescente da aquisição, em virtude de inconsistências no reembolso de indenizações; divergências sobre a dívida liquida da companhia; demandas de terceiro de responsabilidade da Alpargatas; e atos governamentais ocorridos na Argentina, meus representantes procuraram a Alpargatas ao longo de 2022 para um ajuste no preço de aquisição”, escreveu.
Ainda segundo Wizard, a Alpargatas não teria mostrado interesse em discutir os valores, e, por isso, Wizard utilizou o foro estabelecido em contrato para divergências entre as partes e, em 24 de agosto de 2022 propôs uma arbitragem no Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC).
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“Além de estranhamente não dar publicidade à arbitragem proposta em 24/08/2022, a Alpargatas hoje comunicou ao mercado uma ação judicial que desconheço e que me causa enorme estranhamento, já que não se trata do foro eleito pelas partes em contrato”, continuou em nota.
“Considero tal ato como uma tentativa de intimidação devido à minha iniciativa de propor arbitragem para resolver as discussões em torno do ajuste do preço em relação ao contrato citado, e, também, uma tática para forçar o recebimento antecipado de valores que seriam pagos até 2025”, concluiu.
Em setembro de 2018, a Alpargatas anunciou acordo para vender 22,5% de seus negócios na Argentina, que concentram a marca Topper no país. Na ocasião, o acordo foi anunciado por R$ 100 milhões.