Adidas encerra parceria com Kanye West depois de falas antissemitas

Artista também teve contratos de Balenciaga e Gap encerrados, além de sair da lista de bilionários da Forbes

Wesley Santana

Adidas repudiou falas ofensivas do rapper Kanye West. Foto: Divulgação
Adidas repudiou falas ofensivas do rapper Kanye West. Foto: Divulgação

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Nesta terça-feira (26), a marca alemã Adidas interrompeu a relação comercial que mantinha com Kanye West. A decisão veio depois que o rapper fez postagens consideradas ofensivas e antissemitas pela empresa, seus seguidores e pelas plataformas de rede social.

Em nota ao Infomoney, a Adidas afirmou que não tolera antissemitismo e qualquer outro discurso de ódio. “Após uma revisão completa, a Adidas tomou a decisão de encerrar a parceria com Ye imediatamente, assim como parar a produção de produtos da marca Yeezy e interromper todos os pagamentos a Ye e suas empresas”, disse.

Embora firme, a decisão da Adidas veio muito tardia, na visão de muitos clientes. Desde que os posts de Kanye ganharam repercussão internacional, as redes sociais da marca esportiva foram inundadas por comentários de consumidores pedindo uma postura frente aos acontecimentos.

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Um dos motivos para tal demora pode repousar sobre os danos financeiros que um interrompimento como esse pode causar aos cofres da empresa. Segundo análise interna, o impacto negativo de curto prazo pode chegar a 250 milhões de euros, especialmente no quarto trimestre do ano.

Ye é o nome artístico que West passou a usar, e esse não foi o único prejuízo que ele teve com seus posicionamentos. Segundo a Forbes, com a interrupção do contrato, ele deixou de fazer parte da lista de bilionários, já que o contrato era avaliado em US$ 1,5 bilhão. “Sem a Adidas, Ye vale US$ 400 milhões”, reportou a publicação norte-americana.

Os danos pelos textos de West vão ainda mais além, pois, nas últimas duas semanas, outras marcas se anteciparam e também acabaram com as parcerias, como Balenziaga e Gap. “A Balenciaga não tem mais nenhum relacionamento nem planos para projetos futuros relacionados a este artista”, respondeu Kering, controladora de Balenziaga, à imprensa.

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A cobrança também chegou à ex-companheira de Ye, a socialite Kim Kardashian, que não saiu ilesa da confusão, e teve de se pronunciar sobre o assunto. “Discurso de ódio nunca é aceitável ou desculpável. Estou junto com a comunidade judaica e peço que a violência terrível e a retórica odiosa contra eles cheguem ao fim imediatamente”, escreveu ela nas redes sociais.

Veja a nota da Adidas na íntegra

A adidas não tolera antissemitismo e qualquer outro discurso de ódio. Os recentes comentários e ações de Ye foram inaceitáveis, odiosos e perigosos, e violam diretamente os valores de diversidade e inclusão, respeito mútuo e igualdade da empresa.

Após uma revisão completa, a adidas tomou a decisão de encerrar a parceria com Ye imediatamente, assim como parar a produção de produtos da marca Yeezy e interromper todos os pagamentos a Ye e suas empresas.

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Espera-se que isso tenha um impacto negativo de curto prazo de até 250 milhões de euros no lucro líquido da empresa em 2022, dada a alta sazonalidade do quarto trimestre.

A adidas é a única proprietária de todos os direitos de design dos produtos existentes da parceria, bem como cores anteriores e novas. Mais informações serão fornecidas no próximo anúncio de resultados do terceiro trimestre da empresa em 9 de novembro de 2022.

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