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SÃO PAULO – Os papéis do Banco PanAmericano (BPNM4) despencaram na sessão desta quarta-feira (10) que trouxe as reações do mercado quanto ao resgate à instituição feito pelo seu principal acionista, o Grupo Silvio Santos, no valor total de R$ 2,5 bilhões, contratado junto ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
As ações BPNM4 caíram 29,54% no pregão, cotadas a R$ 4,77 cada. Na mínima do dia o papel chegou a cair para R$ 4,35 (-35,75%). A ação contabilizou 15.311 negócios e volume financeiro de R$ 162,92 milhões – até o fechamento na véspera, as médias diárias nos últimos 12 meses eram de 402 negócios e giro de R$ 3,736 milhões.
Opinião do mercado
Conforme já previa o analista Pedro Roberto Galdi, da SLW, ouvido nesta manhã, as ações de outras instituições financeiras também sofrem reflexos do ocorrido com o PanAmericano. Porém, o analista frizou que o problema com a instituição é pontual e exclusivo, não refletindo no sólido sistema bancário brasileiro.
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“O aporte foi considerável, inclusive, acima do valor de mercado. No entanto, o principal capital de um banco, sua credibilidade, foi duramente atingida, e isto não se recupera com aporte de recursos… como dizem, para reconquistar a confiança, um processo gradual e longo é necessário; para perdê-la, basta um ato desastrado…”, diz em relatório o economista Julio Hegedus Netto, da Interbolsa Corretora.
O economista ainda lembra que, por conta dos resultados robustos (supostamente inflados), muitas instituições financeiras chegaram a indicar este papel nas suas carteiras de outubro.
Ações de outros bancos também caem
O movimento negativo não se restringiu às ações do Banco PanAmericano. Outros bancos, como ABC Brasil (ABCB4, -0,79%), BicBanco (BICB4, -5,36%), Daycoval (DAYC4, -2,98%), Banco Indusval (IDVL4, -2,92%), Paraná Banco (PRBC4, -4,44%), Banco Cruzeiro do Sul (CZRS4, -1,32%), Sofisa (SFSA4, -4,81%) e Banco Pine (PINE4, -2,60%) também sentiram o peso da crise de credibilidade com as instituições financeiras de médio porte e registraram forte queda no pregão.
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BC detalha fraude
Em coletiva à imprensa nesta tarde, o diretor de fiscalização do Banco Central, Alvir Hoffmann, afirmou que fraude no balanço do banco ocorreu através de operações de vendas de carteira de crédito. Segundo Hoffmann, o banco contabilizava em seu balanço um número maior de carteiras vendidas do que o efetivo.
Além disso, essas vendas, em alguns casos, não tiveram a respectiva baixa no balanço do PanAmericano. De acorco com o diretor de fiscalização do BC, esta segunda manobra – não concretização da baixa contábil das carteiras vendidas – teve maior peso na fraude.
Para acessar o comunicado oficial do Banco PanAmericano, clique aqui.