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O engenheiro Carlos Curioni assumiu o Elo7 há mais de dez anos, e com um grande desafio: profissionalizar o site de compra e venda de produtos artesanais e personalizados. De lá para cá, o CEO levou a empresa a ter 8 milhões de produtos à venda, 2 milhões de compradores ativos e 60 mil microempreendedores ativos. Esses números atraíram sua inspiração americana. O marketplace Etsy comprou o Elo7 por R$ 1 bilhão em 2021.
Neste episódio do podcast do Do Zero Ao Topo, marca de empreendedorismo do InfoMoney, Curioni conta toda a história da empresa – das primeiras estratégias até a venda bilionária. O programa está disponível em vídeo no YouTube ou nas plataformas de áudio ApplePodcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Google Podcast, Castbox e Amazon Music.
“A cultura precisa vir do propósito da empresa, e não do que você acha bonito. Os elementos da cultura nascem do que a gente faz. Colocamos criatividade e colaboração como nossos valores porque nossos vendedores são assim”, afirma o CEO do Elo7. Confira alguns trechos da conversa com Carlos Curioni:
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Do Zero Ao Topo – Antes de se juntar ao Elo7, você passou mais de três anos no Mercado Livre. Como é que foi para você largar uma empresa com tanta tradição no e-commerce para virar CEO de uma empresa que tinha bons números, mas estava apenas começando?
Carlos Curioni – Foi o passo mais importante na minha vida profissional, e essa virada profissional não consegue ser separada da pessoal. Então foi uma decisão de família. Eu e minha esposa conversamos muito. Ela também é engenheira, fizemos nosso MBA juntos. Então estava numa posição que dava segurança para a gente. Assim, consegui assumir uma posição que tinha um pouco mais de risco, mas que preenchia uma vontade que eu tinha de fazer alguma coisa empreendedora.
Eu tinha essa vontade desde a faculdade. Eu me formei em 1999, na primeira onda da internet. Tinham coisas acontecendo ali, e alguns amigos que se formaram comigo foram para o mundo digital. Tive algumas oportunidades, mas acabei não indo. Minha carreira foi acelerada desde o começo, como estagiário na Accenture.
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Mas ficou aquela sementinha de fazer alguma coisa mais empreendedor na minha cabeça. Aí veio essa oportunidade [ser CEO do Elo7]. A empresa ainda estava começando, tinha com certeza muito risco. Mesmo assim, eu me senti preparado e fiquei apaixonado pelo projeto. Desde o momento que vi a empresa sabia do seu potencial, da missão, do propósito. Momento de vida, momento de carreira e o projeto foram as razões que me fizeram topar o desafio naquele momento.
Do Zero Ao Topo – Nesses primeiros anos de Elo7 com você no comando, quais foram as principais dificuldades pelas quais vocês passaram?
Carlos Curioni – São várias fases, que te colocam dificuldades diferentes. No começo, a maior dificuldade é conseguir montar um time, vender aquele sonho. Você está por trás da empresa e tem que mostrar o que você imagina para ela e começar a atrair pessoas, seja por relacionamento ou indo atrás no mercado mesmo. (…) Essas peças iniciais são fundamentais, porque elas que vão gerar a capacidade de atração das outras pessoas. Existe um efeito de rede importante. Então, trazer uma peça errada no começo tem um efeito bem complicado, assim como trazer a peça certa tem um efeito positivo muito grande.
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Depois, levantar capital. O mercado muda muito de janela para janela. Tivemos momentos mais tranquilos, e outros momentos mais difíceis. O último desafio é executar. Com esse time e com esse capital, é preciso dizer: “A gente sabe o que tem que fazer”. E fazer de fato.
Do Zero Ao Topo – Em 2021, vocês finalmente acordaram a venda para o Etsy por R$ 1 bilhão. Desde quando vocês estavam conversando e como foi essa negociação?
Carlos Curioni – Nossa relação com o Etsy é de longa data, dado que a companhia foi criada como uma inspiração neles. Nosso contato ficou mais próximo a partir de 2018. O Etsy tinha feito uma aquisição naquele ano, da Reverb.
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Isso provou a tese de aquisição usada também para o Elo7, que é a de comprar um marketplace e manter marca, time, produtos. A gente compartilha conhecimentos, e aceleramos os negócios. Aprofundamos a conversa naquele momento, e vimos nossa tese é muito parecida.
Para o Etsy, essa compra significou a entrada num mercado em que eles não têm presença. A gente é a única empresa desse segmento específico no Brasil. Para nós, tomamos a decisão de continuar a desenvolver o mercado aqui, mas agora com o respaldo de uma empresa que está fazendo a mesma coisa e que compartilha da nossa cultura.
A cultura precisa vir do propósito da empresa, e não do que você acha bonito. Os elementos da cultura nascem do que a gente faz. Colocamos criatividade e colaboração como nossos valores porque nossos vendedores são assim, por exemplo. O Etsy está fazendo a mesma coisa, mas em outra geografia. Foi um elemento muito importante para nossas conversas, que culminaram na aquisição.
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Sobre o Do Zero ao Topo
O podcast Do Zero ao Topo traz, a cada semana, um empresário de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias usadas na construção do negócio. O programa já recebeu nomes como André Penha, cofundador do QuintoAndar; David Neeleman, fundador da Azul; José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner; Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos; Artur Grynbaum, CEO do Grupo Boticário; Sebastião Bonfim, criador da Centauro; e Edgard Corona, da rede Smart Fit.