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O Catar anunciou que uma breve trégua na guerra entre Israel e o Hamas começará na manhã de sexta-feira (24), um dia depois do que era inicialmente esperado, após as negociações entre as duas partes sobre reféns e prisioneiros se arrastarem mais do que o previsto.
Uma pausa de quatro dias nos combates em Gaza começará às 7h, horário local, enquanto um primeiro grupo de reféns mulheres e crianças será libertado pelo Hamas por volta das 16h, de acordo com Majed Al-Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar.
Israel e Hamas chegaram a um acordo nesta semana. Além da trégua, o Hamas deve liberar 50 reféns, enquanto Israel deve libertar 150 palestinos detidos. Todos os 200 serão mulheres e crianças.
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O acordo, intermediado por Catar, Egito e Estados Unidos, deveria começar na manhã desta quinta-feira (22), mas o atraso evidenciou a complexidade e a dificuldade de alcançar um avanço entre dois lados em guerra.
“Estas são horas críticas”, disse o presidente israelense Isaac Herzog nesta quinta-feira, após se reunir com os primeiros-ministros da Espanha e da Bélgica. “Estamos aguardando e rezando pelo retorno do primeiro grupo de reféns e pela entrada na trégua acordada.”
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que ainda está confiante em libertar todas as aproximadamente 240 pessoas sequestradas pelo Hamas no mês passado.
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“Não é sem seus desafios”, disse Netanyahu após se encontrar com o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, em Israel. “Mas esperamos conseguir esta primeira parcela.”
No norte de Gaza, houve mais confrontos entre militantes do Hamas e tropas israelenses. Na fronteira norte de Israel com o Líbano, houve mais trocas de tiros na quinta-feira, com o grupo militante Hezbollah lançando a maior quantidade de foguetes desde o início da guerra.
Israel e o Hamas concordaram que o grupo libertará 50 mulheres e crianças. Em troca, Israel libertará 150 mulheres e palestinos com menos de 19 anos de prisões israelenses. Autoridades dos EUA disseram que três americanos estarão entre os reféns que deixarão Gaza.
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Netanyahu disse que a guerra continuará até que o Hamas, designado como grupo terrorista pelos EUA e pela União Europeia, seja destruído. No entanto, o acordo ainda marcará a primeira grande pausa nos combates desde o início do conflito, pouco mais de seis semanas atrás.
A mídia israelense relatou que a trégua começaria apenas depois que a Cruz Vermelha recebesse reféns do Hamas. Um oficial egípcio disse que isso deverá acontecer na sexta-feira.
No âmbito do acordo, espera-se que mais ajuda flua para Gaza controlada pelo Hamas para aliviar o que as Nações Unidas e autoridades palestinas afirmam ser um desastre humanitário. Uma segunda etapa poderá ver a pausa nos combates sendo estendida por mais um dia para cada 10 reféns adicionais liberados.
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O resultado do acordo é crucial para o presidente dos EUA, Joe Biden, que enfrenta pressão de muitos membros de seu próprio partido para encerrar a ofensiva de Israel, lançada após um ataque do Hamas em 7 de outubro que matou 1.200 pessoas, além dos sequestros. Desde então, mais de 14.500 pessoas, incluindo 6.000 crianças, foram mortas na Faixa de Gaza, de acordo com o ministério da saúde controlado pelo Hamas.
Esforços diplomáticos mais amplos para conter o conflito continuaram. O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Cameron, encontrou-se com autoridades palestinas e israelenses. Ele também visitou uma das comunidades israelenses próximas a Gaza onde os moradores foram massacrados por combatentes do Hamas em outubro.
Outros eventos na região destacaram os riscos de o conflito se espalhar.
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O Hezbollah disse ter lançado 48 foguetes Katyusha em uma base do exército israelense, segundo a Al-Manar TV. Israel afirmou ter interceptado alguns deles e retaliado.
Anteriormente, a mídia estatal libanesa informou que um ataque aéreo israelense em uma casa na aldeia de Beit Yahoun matou quatro pessoas e feriu outra. O Hezbollah disse que cinco de seus membros foram mortos, incluindo o filho do chefe de seu bloco no parlamento. Não estava claro se era o mesmo incidente.
Não está claro se grupos como o Hezbollah e os houthis no Iêmen, que apreenderam um navio de propriedade israelense no domingo e lançaram mísseis contra Israel no último mês, respeitarão a trégua.
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