Vendendo dinheiro: conheça as principais franquias do setor financeiro para investir

As principais franquias financeiras, que distribuem pelo Brasil produtos como empréstimos, seguros e até câmbio de moeda estrangeira

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SÃO PAULO – Um setor que faturou mais de R$ 2 bilhões no ano passado, gera mais de 6 mil empregos diretos e pode dar ao franqueado um faturamento médio mensal que varia entre R$ 15 mil e R$ 1 milhão. Esses são os principais números das franquias financeiras, segundo a Rizzo Franchise. Muito menos populares no Brasil do que as redes de varejo ou alimentos, por exemplo, as franquias financeiras surgiram para suprir uma lacuna no mercado deixada pelos bancos. Essas franquias não trabalham com produtos próprios, já que somente instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central podem conceder empréstimos ou vender dólares. Essas empresas, na verdade, distribuem diversos produtos financeiros pouco explorados nas agências dos grandes bancos. “A grande vantagem para o consumidor é encontrar tudo em um lugar só e ter acesso, às vezes, a produtos que ele não teria de outra maneira”, explica o coordenador de franquias do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Escola de Administração da FGV, Batista Gigliotti.

Focadas, sobretudo, nas classes C e D, as franquias financeiras podem ser encaradas como uma boa oportunidade de negócio. O professor alerta, entretanto, que o setor não é para leigos. “O cenário econômico, com farto acesso a crédito, e a busca de empréstimos pela classe C para realizar seus sonhos de consumo favorecem o setor. Contudo, quem pretende abrir uma franquia financeira deve ter um perfil ativo, não pode trabalhar esperando clientes, deve dar muita importância à área comercial e ter paciência para explicar os produtos”, diz ele. “É essencial também ter algum conhecimento do negócio. Uma franquia financeira é para quem já trabalhou na área, como um ex-gerente de banco, por exemplo.”

Ter trabalhado como operador de crédito na área de veículos foi o que fez André Oliveira abrir a CredFácil, a primeira rede de franquias de crédito no país. Aberta em 2004, quando o crédito consignado era uma novidade, assim como a figura do correspondente bancário, Oliveira aproveitou o momento econômico e o fato de ter uma relação diferenciada com seus clientes para apostar no negócio, que cresceu rapidamente por meio do modelo de lojas próprias. Contudo, com a crise de 2008, o empresário se viu obrigado a fechar 18 das 19 lojas que possuía. “Foi um momento difícil, no qual fiquei muito inseguro. Porém, nesse período eu comecei a estudar o modelo de franquias e, em 2009, investi nisso. Hoje temos 80 unidades espalhadas em 12 Estados do Brasil”, conta Oliveira. O investimento inicial para ter uma franquia da CredFácil é de aproximadamente R$ 120 mil para as capitais, incluindo taxa de franquia, capital de giro e royalties. O faturamento médio mensal gira em torno de R$ 200 mil, sendo que o prazo de retorno do investimento varia de 12 a 18 meses, segundo a própria empresa.

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Com pouco menos de investimento, cerca de R$ 15 mil a R$ 60 mil, é possível tornar-se um franqueado da Finnance – Seu Crédito, que atua como correspondente bancário e possui linhas de crédito, consórcios e seguros. O faturamento médio mensal fica entre R$ 20 mil e R$ 22 mil, com promessa de retorno do investimento em 18 a 24 meses. Gláucia Gallo fundou a empresa em 2004 e, só em 2010, após sofrer com a crise financeira, decidiu partir para o modelo de franquias. Para ela, quem pensa em investir em uma franquia financeira precisa gostar de lidar com o público e se empenhar para manter-se atualizado, visto que as regras do setor mudam com alguma frequência.

Discordando da máxima de que pessoas com algum conhecimento do negócio são as mais apropriadas para entrarem no mercado de franquias financeiras, a Fitta Turismo, que atua no segmento de turismo com foco em câmbio, aposta nos novatos para atingir o sucesso. “Damos preferência para quem nunca atuou no setor para evitar os vícios adquiridos anteriormente (…) Na verdade, para nós, a pessoa nem precisa gostar de produtos financeiros pois nosso negócio tem mais relação com a área comercial”, explica o diretor comercial da empresa, Luiz Ramos.

Com um faturamento que pode chegar a R$ 1 milhão por mês, a Fitta Turismo surgiu em 2006, tendo como origem outra empresa do grupo com foco em câmbio. Hoje, a empresa conta com 42 unidades espalhadas pelo Brasil e seu investimento inicial é a partir de R$ 110 mil. “Com o modelo de franquias chegamos a lugares que não chegaríamos, a consumidores com quem não teríamos contato.”

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Refinanciamento
Se uma franquia não é uma opção acessível financeiramente, há outros modelos de negócios no segmento de serviços financeiros. Uma opção é ser promotor de vendas de produtos ou serviços de empresas como a Novi Soluções Financeiras, especializada em crédito com garantia imobiliária, também chamado de refinanciamento. Empresa do grupo XP, que também controla o InfoMoney, a Novi empresta a alguém que tem um imóvel o equivalente a 50% do valor da propriedade com juros muito inferiores à média do mercado (entenda o produto no endereço http://develop.infomoney.com.br/refinanciamento).

Tanto pessoas físicas quanto empresários e franqueadores podem se tornar um distribuidor do produto, sem qualquer pré-requisito necessário. “É recomendado familiaridade com o mercado de crédito ou imobiliário. Mas não há restrição, basta entrar em contato que a Novi irá fornecer material de divulgação, treinamento sobre o produto e orientações de venda”, explica o superintendente da Novi, Luiz Pedro Albornoz. Ele acrescenta que o distribuidor não precisa de qualquer investimento inicial e sua remuneração pode chegar a 2,3% do empréstimo – como o valor médio de cada refinanciamento alcança R$ 200 mil, o distribuidor fica com cerca de R$ 4.600 por operação, portanto.

Sem dor de cabeça
No geral, quem deseja abrir uma franquia deve tomar algumas providências antes para prevenir futuros problemas. Investigar a empresa franqueadora, buscando informações tanto do ponto de vista do negócio (potencial de retorno sobre o investimento a ser realizado) como na visão dos clientes (potencial de crescimento e aceitação do mercado), é só o primeiro passo, segundo afirma o especialista em finanças da Praxis Business, Maurício Galhardo

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Já Lyana Bittencourt, diretora de Marketing e Desenvolvimento do Grupo Bittencourt, consultoria especializada no setor de franchising, lembra que o futuro empresário precisa entrar nos detalhes sobre o potencial da rentabilidade da operação, e não apenas ter uma visão otimista do negócio. “Ter capital de giro até vir o retorno do investimento e afinidade com o mercado em que pretende atuar são apenas alguns critérios iniciais que devem ser avaliados”, explica.

Outro conselho de Lyana é conhecer o mercado em que irá abrir uma franquia. Segundo a executiva, é comum pessoas se aventurarem em um negócio achando que só porque tem uma marca já conhecida ela conseguirá se manter sozinha. “Há franquias financeiras em que a localização faz toda a diferença.” Uma franquia de casa de câmbio instalada em aeroportos, rodoviárias, regiões de fronteira ou agências de viagem pode fazer mais sentido econômico. “O segredo é olhar para o que há de específico naquela operação e trabalhar com base nela. Se for o ponto, trabalhe na melhor localização. Se for o atendimento, contrate e treine seus profissionais. Se forem os produtos, ofereça o que há de melhor.”

Sobre o segmento, Lyana conta que uma franquia pode ser melhor alternativa que abrir um negócio próprio pois a rede já oferece capacitação e traz barganha nas negociações, além de entrar no mercado com uma marca reconhecida. Mas, para isso, é preciso dobrar a atenção ao conhecimento dos produtos ou serviços com que irá trabalhar. “O crédito está crescendo entre as classes C e D, mas ainda é um desafio educar as pessoas sobre as próprias finanças. Se optar por uma franquia financeira, é recomendado que você tenha um vasto conhecimento no assunto ou procure um sócio que tenha.”

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Ranking por investimento total* de franquias financeiras associadas à ABF
Marcas Segmento Unidades da rede Faturamento médio mensal Promessa de retorno do investimento (em meses) Investimento total*
*Investimento total baseado no Capital para Instalação, Taxa de Franquia e Capital de Giro.
*Fonte: ABF (Associação Brasileira de Franchising).
Vazoli Empréstimos e financiamentos 81 R$ 120 mil de 8 a 15 R$ 38 mil a R$ 70 mil
CredFácil Empréstimos e crédito pessoal 95 R$ 150 mil de 12 a 18 R$ 40 mil a R$ 90 mil
Seguralta Corretora de seguros 450 R$ 30 mil de 12 a 36 R$ 16 mil a R$ 120 mil
Rava Corretora de Seguros Corretora de seguros 1 R$ 40 mil de 12 a 36 R$ 64,5 mil
Fitta Turismo Câmbio 42 R$ 1 milhão de 24 a 36 R$ 110 mil a R$ 410 mil
Federal Invest Factoring  79  R$ 450 mil  de 3 a 12  R$ 304 mil a R$ 1,07 milhão

Essa matéria foi publicada na edição 47 da revista InfoMoney, referente ao bimestre novembro/dezembro de 2013. Para tornar-se um assinante da revista, clique aqui.