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As vendas de motos superaram as de carros de passeio em março (110 mil unidades no varejo contra 108,3 mil), segundo a Abraciclo (a associação dos fabricantes de motos), e a produção dos veículos de duas rodas tiveram a maior produção para março em dez anos.
A expansão dos serviços de entrega (delivery) e a busca por meios de transporte individual financeiramente mais acessíveis — tanto em preço quanto em gastos com combustível — são as principais causas do crescimento das vendas.
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Além disso, sem sofrer com a falta de peças na mesma intensidade das montadoras de carros, a indústria de motos fabricou 136,4 mil unidades em março, um crescimento de 8,4% frente a 2021 e só atrás do mesmo mês de 2012, quando foram montadas 179,5 mil no terceiro mês daquele ano.
Os números divulgados nesta terça-feira (12) pela Abraciclo confirmam que a oferta dos veículos de duas rodas segue em recuperação após as restrições de produção no início do ano passado, devido à segunda onda da pandemia. Contra fevereiro, a produção subiu 27,4%.
Capacidade de aumentar a produção
Durante a apresentação do balanço à imprensa, o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, comentou que as montadoras de motos têm capacidade de acelerar a produção se a demanda surpreender nos próximos meses.
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“De forma geral, pequenas questões ligadas ao abastecimento sempre estão presentes em nossa indústria. Mas não temos questão muito especifica como tem a indústria de automóveis, que vem se queixando da falta de componentes eletrônicos. Em nosso caso, esta não é uma questão preponderante”, disse o executivo.
Fermanian acrescentou que o alto índice de nacionalização (90%) dos modelos de menor cilindrada, responsáveis por dar escala à indústria, traz menor dependência de peças importadas, onde está o maior gargalo de produção da indústria de veículos. “Nossa indústria tem conseguido suplantar essas dificuldades de abastecimento, e temos conseguido avançar bem neste ano”.
Saída da 2ª onda de Covid
Foram produzidas 327,1 mil motos no primeiro trimestre, 37,8% acima do que no mesmo período de 2021. A base de comparação é fraca porque no início do ano passado as montadoras tiveram que reduzir o horário de produção em função da onda de contaminações pela Covid-19.
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Com o colapso nos hospitais de Manaus (AM), onde as fábricas de motos estão instaladas no país, também houve restrições no fornecimento de gases industriais, usados em trabalhos de solda, dada a urgência de levar oxigênio aos pacientes que estavam internados nas UTIs.
Apesar da recuperação, Fermanian disse que o setor ainda não chegou a um equilíbrio entre oferta e demanda devido ao funcionamento das fábricas ainda estar limitado por protocolos de prevenção que impedem um maior número de operários de trabalharem ao mesmo tempo. Com isso, os estoques continuam em níveis considerados baixos.
Previsão conservadora e longe do recorde
Apesar dos números até agora positivos, a Abraciclo citou preocupações com o impacto da alta dos juros e das incertezas típicas de anos eleitorais para manter a sua previsão de uma produção de 1,29 milhão de motos em 2022.
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O volume projetado representa uma alta de 7,9% em relação a 2021 e de 16,4% ante 2019, quando os resultados não eram afetados pela pandemia. Mas ainda segue bastante distante das mais de 2,1 milhões de motocicletas produzidas em 2011.
“Ainda estamos muito distantes do auge. Nossa perspectiva é gradativamente avançar ao patamar de 2 milhões novamente”, afirmou o presidente da Abraciclo.
* Com informações da Agência Estado.
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