Servidores do Banco Central iniciam mobilização por entrega de cargos como pressão para Bolsonaro reajustar salários

Movimento busca obter mesmo aumento nas folhas de pagamento dado aos policiais; autoridade monetária do país possui cerca de 500 cargos comissionados

Dhiego Maia

Fachada do Banco Central do Brasil
Fachada do Banco Central do Brasil

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Servidores do Banco Central iniciaram, nesta segunda-feira (3), o movimento de entrega de cargos de chefia.

O mecanismo é um protesto à decisão do governo de Jair Bolsonaro (PL) de conceder aumento salarial neste ano apenas aos policiais da esfera federal em detrimento de outras categorias.

A entrega de cargos de chefia foi, primeiro, realizada por servidores da Receita Federal e virou uma espécie de tática na busca pela equiparação de aumentos nas folhas de pagamento do funcionalismo público federal.

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O Sinal (Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central) informou que a autarquia conta com ao menos 500 cargos comissionados, e que uma lista de adesão para a entrega das posições de confiança já vem atraindo muitos adeptos.

A entidade que representa os servidores do BC também anunciou, nesta segunda, a adesão dos trabalhadores à paralisação marcada para o dia 18 deste mês, outra forma encontrada para forçar o atual governo a reajustar os ganhos.

“O único caminho real para resolvermos nossos problemas atuais é o das mobilizações”, diz informe do Sinal em seu site. A paralisação é organizada pelo Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado) e promete reunir manifestantes em Brasília.

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Caso os atos não surtam efeito, uma greve geral, esta sem prazo para acabar, pode ser deflagrada em fevereiro, segundo programação do Fonacate.

Os servidores públicos também devem ingressar com ações na Justiça para a obtenção do mesmo ajuste salarial dado aos cerca de 45 mil policiais da esfera federal.

Segundo o Fórum, a maior parte dos servidores públicos federais está com salário defasado em 27,2% devido à falta de reajuste, que não é implementado desde 2017.

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As ações pretendidas pelos servidores preocupam o governo Bolsonaro, sobretudo, porque 2022 é ano eleitoral. O ministro Paulo Guedes, titular da Economia, já disse em mensagens encaminhadas a membros da atual gestão que o país pode quebrar se um reajuste amplo for concedido às categorias do funcionalismo federal.

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Dhiego Maia

Subeditor de Finanças do InfoMoney. Escreve e edita matérias sobre carreira, economia, empreendedorismo, inovação, investimentos, negócios, startups e tecnologia.