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O preço dos remédios pode subir até 5,6% a partir desta sexta-feira (31), após a resolução CMED nº 01/2023 ser publicada em edição extra do Diário Oficial da União. O reajuste ficou exatamente em linha com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses.
A alta deste ano atinge cerca de 10 mil remédios e ficou bem abaixo do reajuste dos anos anteriores, quando foram acima de dois dígitos (10,89% em 2022 e 10,08% em 2021).
O preço máximo dos medicamentos é controlado no Brasil. Os reajustes são anuais, estão previstos em lei e são definidos pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão ligado à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
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O reajuste para os consumidores, no entanto, pode ser menor. Isso porque a CMED define o Preço Máximo ao consumidor (PMC), mas o reajuste não é automático nem imediato e depende de cada empresa (e dos descontos concedidos nas farmácias).
Dados do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) apontam que, entre 2013 e 2023, a inflação acumulada do IPCA foi de 98,4%, enquanto o reajuste autorizado pela CMED ficou em 91,2%. Mas a alta de preços dos produtos farmacêuticos foi de 65,4% no mesmo período, bastante abaixo dos dois índices, segundo o sindicato:
- IPCA de 2013 a 2023: +98,4%
- Reajuste autorizado pela CMED no período: +91,2%
- Inflação dos produtos farmacêuticos (medido pelo IPCA): +65,4%
Pesquisa de preços
“É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas”, afirma Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma. “Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer”.
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Estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) mostra que a diferença de preços pode chegar a 384% para um mesmo produto. É o caso do omeprazol, medicamento genérico para gastrite. O instituto também encontrou uma diferença de 91,9% nos preços do atenalol, um anti-hipertensivo genérico, e de 86% no Clavulin, um antibiótico.
Para Ana Carolina Navarréte, coordenadora do programa de saúde do Idec, o consumidor deve pesquisar em sites ou lojas físicas ou até participar de programas de fidelidade das farmácias, que oferecem descontos para os clientes.
“O Idec recomenda que o consumidor, primeiro de tudo, pesquise. Nunca aceite o primeiro preço que encontrar”, afirma Navarréte. “Ele [o cliente] pode fazer isso na internet, ligando na farmácia… Outra dica é avaliar a participação em programas como Farmácia Popular, que pode dar desconto de até 90% em alguns medicamentos”.
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(Com Agência Brasil)