Pix: 140 instituições financeiras já pediram para participar de novo sistema de pagamento do BC

O serviço promete transações financeiras quase em tempo real, durante 24 horas por dia, inclusive no fim de semana e em feriados

Pablo Santana

(Shutterstock)
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SÃO PAULO — Cerca de 140 instituições financeiras já solicitaram participar do PIX, sistema de pagamento instantâneo desenvolvido pelo Banco Central (BC), até a última quinta-feira (28), segundo dados da entidade.

O prazo para adesão ao sistema, previsto para entrar em funcionamento a partir de novembro, se encerra nesta segunda-feira (1º). O serviço promete realizar transações financeiras quase em tempo real durante 24 horas por dia, inclusive no fim de semana e em feriados.

Também nesta segunda, o BC iniciou a fase de homologação do serviço de pagamento, na qual serão realizados testes com as instituições financeiras e de pagamentos participantes para garantir o funcionamento das plataformas operacionais, além de verificar a usabilidade dos aplicativos disponíveis (se elas atendem os requisitos definidos pelo BC) e experiência do consumidor final em relação ao serviço.

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De acordo com o Banco Central, testes como o registro de chaves, ou seja, o cadastro vinculando a conta de um usuário ao seu número de celular, por exemplo, serão executados por todos que pretendem ofertar o PIX.

Na lista de adesão em andamento estão os cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander), bancos digitais como Banco Inter e C6, as fintechs Nubank, PicPay e Creditas, além das credenciadoras de cartões PagSeguro e Stone.

Algumas instituições participantes vão operar no sistema de pagamento instantâneo no modo indireto, ou seja, elas vão oferecer o serviço ao seu cliente, mas precisarão usar um participante direto para fazer a liquidação das transações.

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Bancos e instituições financeiras com mais de 500 mil clientes deverão se adequar à tecnologia até 16 de novembro, quando o sistema começa a funcionar efetivamente. Já os demais prestadores de serviço, mesmo não se encaixando na regra definida pelo regulador, puderam participar da adesão ao ecossistema desde o seu lançamento.

Como funciona

Transferências, pagamento de contas e boletos, recolhimento de impostos e de taxas de serviços (como emissão de passaportes, por exemplo), estão entre as operações possibilitadas pelo sistema instantâneo do BC.

Para realizar um pagamento instantâneo, o cliente deverá se cadastrar na base de dados de um provedor de Serviços de Pagamento Instantâneo (SPI) com seus dados pessoais e bancários. Será possível realizar as operações apenas com um smartphone com acesso à internet e uma conta em uma instituição financeira.

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A efetivação pode ser realizada via QR Code, uso de chave de endereçamento (senha) ou tecnologias de aproximação, por exemplo. O BC acredita que os aplicativos de bancos serão os principais meios de uso do PIX.

Um exemplo é o uso para transferência a partir de um ícone do PIX no aplicativo. A pessoa que vai transferir poderá inserir apenas o número de celular do destinatário e o sistema carregará automaticamente os outros dados necessários (como número da conta bancária). Bastará, então, inserir o valor a ser transferido e efetuar a transação, que será realizada em até dez segundos.

Competitividade

Além de definir as regras de funcionamento do ecossistema, o Banco Central está sendo responsável por operacionalizar a plataforma de liquidação. A ideia é aumentar a competitividade no mercado, incluindo novos modelos de negócio no setor.

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“Várias funcionalidades e padrões estão sendo criados para permitir uma melhor experiência do usuário na realização dos pagamentos. Se criou uma infraestrutura específica para facilitar o endereçamento de pagamentos, que é basicamente um diretório de informações que liga uma determinada chave (telefone celular, e-mail, CPF ou CNPJ) a um conjunto de informações bancárias necessárias para realização do pagamento”, explica Carlos Eduardo Brandt, chefe adjunto no BC.

A criação do ambiente aberto, segundo Breno Lobo, chefe de divisão no BC, deve ajudar as instituições de pagamento ou as financeiras que não estão sob a regulamentação do Banco Central a explorar novos mercados e contribuir para a inclusão dos desbancarizados, que são cerca de 45 milhões de pessoas no Brasil – ou uma em cada três pessoas acima dos 16 anos, segundo a última pesquisa do Instituto Locomotiva.

“Um nicho de mercado que nós acreditamos que vai ser explorado é a população com dificuldade de acesso ao serviço financeiro tradicional e isso permitirá a bancarização dessas pessoas”, diz Lobo.

Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios