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SÃO PAULO – Que mulher brasileira gosta de sapato todos sabem, o que poucos imaginam, no entanto, é o real poder que esse item exerce sobre o público feminino. Segundo o diretor presidente e presidente do conselho de administração da Arezzo, Anderson Birman, algumas mulheres são capazes até de passar fome por um bom sapato. A declaração foi dada durante uma entrevista concedida ao podcast da Rio Bravo Investimentos.
Para o diretor da companhia, o interesse de tal público é tanto, que nem mesmo uma crise é capaz de impedir a compra do item. “Em uma hierarquia de necessidades femininas, os sapatos ocupam a segunda ou terceira posição, já as tinturas de cabelo, a primeira. E se as mulheres são capazes de passar fome para pintar o cabelo, certamente também são por um bom sapato, e isso, é um bom motivo.”
Durante a entrevista o diretor presidente da companhia, que hoje tem quatro marcas no Brasil – Arezzo, Schutz, Ana Capri e Alexandre Birman -, falou ainda sobre moda, tendência e negócios, conforme é possível observar na transcrição abaixo.
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No que a mulher brasileira é diferente das outras quando o assunto é calçado?
A.B. – Elas são exigentes e ávidas por novidades. Talvez até mais que as europeias e no mesmo nível das do mercado norte-americano. O novo é o que desperta atenção e manter o novo é o nosso principal desafio. Para atender à essa necessidade, temos a intenção de lançar, no mínimo, cinco novos modelos por dia em nossas lojas.
É verdade que, para as mulheres, o consumo de calçados independe da crise? Elas compram assim mesmo?
A.B. – Os negócios dependem muito mais de competência do que de fatores macroeconômicos. Uma crise pode afetar mais ou menos um negócio, mas nós estamos mostrando o belo, o novo. Se considerarmos uma hierarquia de necessidades femininas, o item sapato estaria em segundo ou terceiro lugar. O primeiro, são as tintas de cabelo. Assim, se elas são capazes de passar fome para pintar o cabelo, também o são por um bom sapato. Elas precisam do sapato para seduzir e quando digo seduzir me refiro às outras mulheres e não aos homens. É uma competição – isso está estatísticamente comprovado.
De onde vem a inspiração da Arezzo para sua coleções?
A.B. – Temos um centro de pesquisa integrada que está sempre atento ao que está sendo usado por aí. Eles olham o que as pessoas estão usando nas ruas, nas filas do cinema, no shopping, etc. A informação vem de todos os lados e precisamos estar atentos à ela. Mas falando por mim, posso dizer que minha mulher é uma grande inspiração.
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O que a Arezzo aprendeu com o episódio “Pele Mania”, quando a companhia divulgou uma coleção com peles verdadeiras?
A.B. – Aprendemos a importância das redes sociais e percebemos que precisamos ser mais ativos nestas redes. O impacto que as redes geraram em nosso negócio em apenas uma semana foi algo indescritível.
O que a Arezzo espera para os próximos 40 anos? Vocês têm a intenção de ser uma empresa brasileira ou global?
A.B. – Temos uma meta, a da Arezzo 2154. Em 2004 assisti a uma palestra que afirmava que poucas eram as empresas que chegavam aos seus 300 anos. Hoje, no mundo, são apenas seis, as companhias desta idade. Então, resolvi apostar nesse desafio, de transformar a Arezzo em uma empresa de longa data. Sobre a nossa preferência, já tivémos uma experiência fora do Brasil, na China, e ela não foi muito bem sucedida. Contudo, já deixamos claro aos nossos investidores que nosso interesse está no mercado interno. Acreditamos que o mercado nacional ainda tem muito a desenvolver.
Na sua opinião, qual seria o grande risco para o seu negócio hoje?
A.B. – Interromper ou desmotivar nossos colaboradores e deixar de perceber quais são os interesses das mulheres. Nossa principal matéria-prima é despertar desejo nas nossas consumidoras. Para que isso aconteça, entretanto, precisamos do envolvimento dos nosso gestores para manter o nosso sucesso.