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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou atrás da confirmação que havia feito sobre os dois primeiros casos de pessoas infectadas pela Deltacron no Brasil.
Queiroga havia dito a jornalistas, ao chegar ao ministério na terça-feira (15), que “nosso serviço de vigilância genômica já identificou dois casos no Brasil. Um no Amapá e outro no Pará”. Horas depois, escreveu no Twitter que “os dois casos de Deltacron que citei mais cedo ainda estão em investigação”.
Pessoal, esclarecendo: os dois casos de Deltacron que citei mais cedo ainda estão em investigação e foram notificados ao @minsaude pelos Estados. O sequenciamento total do vírus deve ser finalizado nos próximos dias pelo laboratório de referência nacional da Fiocruz.
— Marcelo Queiroga 🇧🇷🇧🇷 (@mqueiroga2) March 16, 2022
A Deltacron é uma recombinação das variantes Delta e Ômicron (da sublinhagem AY.4 da Delta e da sublinhagem BA.1 da Ômicron) e é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma VUM (variante de monitoramento).
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Já as variantes Delta e Ômicron são consideradas VOCs (variantes de preocupação), o nível máximo de alerta da OMS. As variantes de monitoramento estão no menor nível de alerta da entidade.
Queiroga fez questão de frisar que “não há motivos para preocupação”. “A OMS classificou a Deltacron apenas como variante para monitoramento (VUM) e não a considerou como variante de interesse ou preocupação, como foi o caso da Ômicron e da Delta, por exemplo”.
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Risco ao Brasil
Além da Deltacron, que já foi detectada na França, na Holanda e na Dinamarca, há uma nova sublinhagem da variante Ômicron, conhecida como BA.2, que foi encontrada em alguns países e é mais transmissível que a BA.1, atualmente em circulação no mundo.
Paulo Menezes, coordenador do comitê cientifico que assessora o governo de São Paulo sobre decisões em relação à pandemia, falou nesta quarta-feira (16) sobre a sublinhagem (ou subvariante) BA.2 na coletiva semanal da gestão Doria sobre a Covid-19.
Menezes foi questionado sobre o risco que novas variantes ou linhagens poderiam trazer ao Brasil (e a São Paulo). “A nossa interpretação é que o crescimento de casos tanto em alguns países europeus quanto na Ásia estão muito mais relacionados à cobertura vacinal”.
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“A Coreia do Sul e a Nova Zelândia têm tido uma curva de casos muito parecida. No entanto, a mortalidade é maior na Coreia do Sul do que na Nova Zelândia. Por quê? Pela proporção de pessoas com mais de 60 anos com a vacinação completa na Nova Zelândia. Acreditamos que, com o sucesso da cobertura vacinal [em São Paulo], vamos conseguir enfrentá-la com sucesso”, afirmou Menezes.
A declaração foi dada na coletiva em que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou a antecipação da quarta dose da vacina contra a Covid-19 para idosos em todo o estado. A imunização começará na segunda-feira (21) com pessoas acima de 80 anos.
Também, nesta quarta, São Paulo se tornou o primeiro estado do país a vacinar 90% do público-alvo contra a Covid-19 (idosos, adultos e crianças a partir de 5 anos).
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Se fosse um país, o estado de São Paulo superaria números de vacinação ao de nações como Espanha (84,1%), Canadá (81,6%), França (77,8%), Alemanha (75,7%), Reino Unido (73,2%) e Estados Unidos (65,8%).