Binance Pay: meio de pagamento chega ao Brasil com suporte a mais de 70 criptomoedas

Funcionalidade permite ao estabelecimento manter criptos ou convertê-las na hora para reais

Paulo Alves

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A bolsa de criptomoedas Binance, maior do mundo em volume negociado, lança no Brasil, nesta terça-feira (22), um método de pagamento focado em ativos digitais. O Binance Pay chega com suporte a mais de 70 criptomoedas, incluindo Bitcoin (BTC), BNB, Ethereum (ETH) e Tether (USDT).

A solução não tem custos para usuários e oferece ao comerciante a possibilidade de manter criptos recebidas em uma carteira digital ou convertê-las imediatamente para reais com um custo mais baixo do que nas adquirentes de cartões (valores não foram revelados). O processamento será realizado pela gateway de pagamentos Latam Gateway, que recentemente obteve licença do Banco Central.

Na estreia, o Binance Pay está disponível, entre outros estabelecimentos, no construtor de sites WordPress e na loja online de jogos Weo Games, que inclui títulos populares como “Freefire”, “Valorant” e “League of Legends (LoL)”. Será possível também usar o recurso para fazer recarga de celular usando criptomoedas.

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A forma de usar é a mesma de outros meios de pagamento digitais: sites parceiros deverão mostrar a opção de pagar com Binance Pay no checkout, e lojas físicas fornecerão um QR Code que o usuário poderá escanear usando o app da Binance no celular.

Segundo a Binance, a novidade e o perfil dos primeiros comércios parceiros se alinham com a conhecida vocação do brasileiro para experimentar novas tecnologias, principalmente entre os mais jovens.

De acordo com estudo conduzido pela empresa de análise de dados Chainalysis, especializada em tecnologia blockchain, o Brasil ocupa o 7º lugar em ranking mundial de adoção de criptoativos.

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“[O lançamento] é mais um exemplo que demonstra a importância do país para a Binance. No Brasil, as pessoas estão abertas a novas tecnologias, tem mais smartphones que pessoas”, contou Guilherme Nazar, diretor-geral da Binance no Brasil, em entrevista ao InfoMoney. “Nossa aposta é que, quanto mais utilidade possamos oferecer, mais será benéfico para cripto ganhar tração e penetração ao longo do tempo”.

Lançado globalmente há cerca de dois anos, o Binance Pay já estava disponível, na América Latina, na Argentina, Colômbia e México, que não têm um sistema de pagamentos instantâneos tão bem-sucedido quanto o Pix, que ganha terreno até de cartões de crédito no Brasil.

Para Nazar, no entanto, o Binance Pay pode ser complementar ao Pix, servindo como mais uma opção para o usuário e um novo canal para estabelecimentos atraírem clientes. O mesmo valeria, no futuro, para o Drex, a moeda digital brasileira.

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“[O Drex é] um dos principais exemplos dessa gestão do Banco Central, com uma agenda muito forte de inovação, um bom ritmo de execução e um contato aberto com o mercado. [Mas] as coisas vão conviver juntas, não será um ou outro. Não vejo como concorrência, mas sim como mais produtos, mais interessados e mais utilidade dentro desse guarda-chuva chamado blockchain“, disse Nazar.

A expectativa da Binance é que o Brasil eventualmente siga os passos dos EUA, onde quase três quartos das empresas de consumo planejam aceitar pagamentos com criptomoedas até o final de 2023, segundo levantamento realizado pela Deloitte.

Desde que foi lançado, o Binance Pay coleciona globalmente 12 milhões de usuários registrados e US$ 98 bilhões processados. Em 2023 (até julho), o montante movimentado superou o ano anterior completo.

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Em janeiro, a Binance anunciou no Brasil um cartão de débito Mastercard recarregável com criptomoedas. Segundo a Binance, os produtos também serão complementares.

Paulo Alves

Editor de Criptomoedas